Por Luc Cohen
30 Abr (Reuters) - O estudante da Universidade de Columbia Mohsen Mahdawi foi liberado da custódia da imigração dos EUA nesta quarta-feira, depois que um juiz decidiu que ele deveria ter permissão para contestar os esforços do governo Trump para deportá-lo por causa de sua participação em protestos pró-palestinos enquanto estiver livre sob fiança.
Mahdawi, nascido e criado em um campo de refugiados na Cisjordânia, foi preso no início deste mês ao chegar para uma entrevista para seu pedido de cidadania norte-americana. Um juiz rapidamente ordenou que o governo do presidente Donald Trump não o deportasse dos Estados Unidos nem o levasse para fora do Estado de Vermont.
Após duas semanas de detenção, Mahdawi saiu do tribunal federal em Burlington, Vermont, depois que o juiz distrital federal Geoffrey Crawford ordenou sua libertação em uma audiência nesta quarta-feira, de acordo com seus advogados.
"Estou dizendo em alto e bom som para o presidente Trump e seu gabinete: não tenho medo de vocês", disse Mahdawi depois de sair do tribunal, com dezenas de manifestantes agitando bandeiras palestinas e cantando "sem medo" e "sim, amor".
"Essa é uma luz de esperança, esperança e fé no sistema judiciário dos Estados Unidos", disse Mahdawi sobre a decisão de Crawford de libertá-lo.
Nem o Departamento de Segurança Interna nem o Departamento de Justiça responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A prisão de Mahdawi foi parte de um esforço mais amplo do governo Trump para deportar estudantes universitários estrangeiros pró-palestinos que estão nos Estados Unidos legalmente e não foram acusados de nenhum crime.
Autoridades do governo Trump têm afirmado que portadores de visto de estudante estão sujeitos à deportação devido ao seu apoio aos palestinos e às críticas à conduta de Israel na guerra em Gaza, chamando suas ações de uma ameaça à política externa dos EUA. Os críticos de Trump consideraram a iniciativa um ataque aos direitos de liberdade de expressão previstos na Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
"Mohsen não cometeu nenhum crime, e a única suposta justificativa do governo para mantê-lo na prisão é o conteúdo de seu discurso", disse Lia Ernst, advogada da American Civil Liberties Union que representa Mahdawi, em um comunicado.
Outros manifestantes em circunstâncias semelhantes incluem o estudante da Universidade de Columbia Mahmoud Khalil e a estudante da Universidade Tufts Rumeysa Ozturk. Tanto Khalil quanto Ozturk permanecem sob custódia.
(Reportagem de Brendan O'Brien, em Chicago, e Luc Cohen, em Nova York)
((Tradução Redação São Paulo))
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