MOSCOU, 30 Abr (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, está aberto a paz na Ucrânia e um intenso trabalho está sendo realizado com os Estados Unidos, mas o conflito é tão complicado que o rápido progresso que Washington deseja é difícil de ser alcançado, disse o Kremlin na quarta-feira.
O presidente dos EUA, Donald Trump, que diz que quer ser lembrado como um pacificador, tem dito repetidamente que quer acabar com o "banho de sangue" da guerra de mais de três anos na Ucrânia.
Mas Washington tem sinalizado que está frustrado com o fracasso de Moscou e Kiev em chegar a um acordo para acabar com a guerra terrestre mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
"O presidente (russo) continua aberto a métodos políticos e diplomáticos para resolver esse conflito", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
Ele observou que Putin havia expressado sua disposição para conversas diretas com a Ucrânia, mas que ainda não havia recebido nenhuma resposta de Kiev.
Os objetivos da Rússia têm que ser alcançados de qualquer maneira, acrescentou, dizendo que a preferência de Moscou é alcançar esses objetivos pacificamente.
"Entendemos que Washington está disposto a obter um rápido sucesso nesse processo", afirmou Peskov em inglês. Mas, segundo a agência de notícias Tass, Peskov disse que as causas da guerra na Ucrânia são muito complexas para serem resolvidas em um dia.
A decisão de Putin de enviar dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em 2022 desencadeou o pior confronto entre Moscou e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962.
O ex-presidente dos EUA Joe Biden, os líderes da Europa Ocidental e a Ucrânia classificam a invasão como uma apropriação de terras no estilo imperial e prometeram repetidamente derrotar as forças russas.
Putin apresenta a guerra como um momento decisivo nas relações de Moscou com o Ocidente, que, segundo ele, humilhou a Rússia após a queda da União Soviética em 1991, ampliando a Otan e invadindo o que considera a esfera de influência de Moscou, incluindo a Ucrânia.
(Reportagem da Reuters)
((Tradução Redação São Paulo))
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