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EUA se alinham ao G7 e pedem que Rússia aceite cessar-fogo na Ucrânia

Reuters14 de mar de 2025 às 17:45

Por John Irish e Daphne Psaledakis

- Os Estados Unidos se aproximaram de seus aliados do G7 nesta sexta-feira, pelo menos momentaneamente, para apoiar a integridade territorial da Ucrânia e advertir a Rússia a seguir Kiev e aceitar um cessar-fogo ou enfrentar possíveis sanções adicionais.

O comunicado conjunto dos ministros das Relações Exteriores do grupo seguiu-se a semanas de tensão entre os aliados dos EUA e o presidente Donald Trump sobre sua reviravolta no comércio ocidental, na segurança e na política relacionada à Ucrânia.

As autoridades do G7 temiam que não conseguiriam chegar a um acordo sobre um documento abrangente que abordasse questões geopolíticas de todo o mundo, divisões que, segundo elas, poderiam ter jogado a favor da Rússia e da China.

Falando aos repórteres após a reunião, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que os Estados Unidos se sentiram bem com a declaração conjunta.

A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, disse aos repórteres: "Quando se trata de diferentes questões, Ucrânia e Oriente Médio, tivemos sessões para falar sobre essas diferentes questões, assuntos, e o objetivo era manter uma forte unidade do G7".

Os ministros do Grupo dos Sete -- formado por Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos --, juntamente com a União Europeia, reuniram-se na remota cidade turística de La Malbaie, aninhada nas colinas de Quebec, para reuniões na quinta e sexta-feira que, no passado, foram amplamente consensuais.

No entanto, na preparação para a primeira reunião do G7 sob a presidência do Canadá, a elaboração de uma declaração final foi difícil, com disputas sobre a linguagem referente à Ucrânia, ao Oriente Médio e ao desejo de Washington de uma redação mais rígida sobre a China.

O comunicado "reafirmou o apoio inabalável à Ucrânia na defesa de sua integridade territorial e direito de existir, bem como de sua liberdade, soberania e independência".

A integridade territorial da Ucrânia tem estado amplamente ausente da narrativa dos EUA desde que o governo Trump chegou ao poder em 20 de janeiro. Até o momento, os EUA sob o comando de Trump não descartaram a possibilidade de Kiev ceder território.

As autoridades disseram que ficaram surpresas com o fato de os Estados Unidos terem concordado com partes da linguagem sobre a Ucrânia, dizendo que os diplomatas norte-americanos, incluindo Rubio, foram repetidamente questionados se a Casa Branca apoiava a linguagem.

Embora satisfeitos com o resultado desta sexta-feira, que estava de acordo com os esforços atuais dos EUA para pressionar a Rússia, eles advertiram que as constantes mudanças do governo Trump não tornaram a posição definitiva.

"Nós nos sentimos muito bem com a declaração, trabalhamos muito nela", disse Rubio aos repórteres.

"Eu disse desde o início, com o que todos concordaram, que não permitiremos que as coisas sobre as quais discordamos -- e discordaremos de algumas coisas -- nos impeçam de trabalhar de perto nas coisas sobre as quais concordamos. Há muitas dessas coisas. Esperamos que a declaração reflita isso, e que nossas ações reflitam isso."

"GARANTIAS DE SEGURANÇA"

"A integridade territorial é um elemento importante do comunicado e a (referência) às Nações Unidas", disse à Reuters a chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, referindo-se a um apelo por uma "paz abrangente, justa e duradoura, de acordo com a Carta das Nações Unidas".

Um texto anterior que se referia à necessidade de garantias de segurança para assegurar uma trégua foi substituído por "garantias", mas eles advertiram Moscou para seguir Kiev e concordar com um cessar-fogo ou enfrentar mais sanções, incluindo limites para o preço do petróleo.

"Os membros do G7 pediram que a Rússia retribuísse concordando com um cessar-fogo em termos iguais e implementando-o totalmente.

"Eles enfatizaram que qualquer cessar-fogo deve ser respeitado e ressaltaram a necessidade de acordos de segurança robustos e confiáveis para garantir que a Ucrânia possa impedir e se defender contra quaisquer novos atos de agressão", disseram em uma referência à integridade territorial da Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lam, chamou a declaração de "muito boa".

Washington procurou impor linhas vermelhas na linguagem sobre a Ucrânia para não prejudicar suas negociações com a Rússia e se opôs a uma declaração separada sobre a contenção da chamada frota sombra da Rússia, uma rede de navegação obscura que escapa às sanções, enquanto exigia uma linguagem mais robusta sobre a China.

No final, o G7 também aprovou uma declaração separada sobre segurança marítima, incluindo uma força-tarefa para lidar com a frota clandestina, algo que o Canadá havia solicitado.

Os ministros das Relações Exteriores do G7 adotaram uma postura rígida em relação à China, intensificando a linguagem sobre Taiwan e omitindo algumas referências conciliatórias e garantias de declarações anteriores, incluindo as políticas de "uma só China", algo que certamente é uma preocupação significativa para Pequim.

Houve uma discussão sobre a linguagem referente a Gaza e ao Oriente Médio, principalmente a noção de uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino, algo a que os EUA estavam resistindo.

A versão final não fez menção a uma solução de dois Estados, eliminando a linguagem que havia enfatizado sua importância em versões anteriores do texto.

O comunicado afirma: "Eles ressaltaram o imperativo de um horizonte político para o povo palestino, alcançado por meio de uma solução negociada para o conflito israelense-palestino que atenda às necessidades e aspirações legítimas de ambos os povos e promova a paz, a estabilidade e a prosperidade abrangentes no Oriente Médio."

((Tradução Redação São Paulo))

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