Por Bo Erickson e Jonathan Allen
WASHINGTON, 8 Mar (Reuters) - A presidente interina da Universidade de Columbia afirmou que está trabalhando para abordar as “preocupações legítimas” da administração do presidente dos EUA, Donald Trump, após 400 milhões de dólares em subsídios e contratos do governo federal para a universidade terem sido cancelados por acusações de antissemitismo no campus.
Em um anúncio na sexta-feira, o governo citou o que descreveu como assédio antissemita dentro e nos arredores do campus da universidade em Nova York como o motivo para retirar o financiamento. A universidade esteve várias vezes no centro do movimento de protestos pró-palestinos e anti-Israel desde o ataque do Hamas em outubro de 2023 contra Israel e a subsequente guerra em Gaza.
“Quero garantir à toda a comunidade de Columbia que estamos comprometidos em trabalhar com o governo federal para abordar as suas preocupações legítimas”, afirmou a presidente interina da universidade, Katrina Armstrong, em uma mensagem noturna aos estudantes na sexta-feira. “Com esse objetivo, Columbia pode e continuará a adotar medidas sérias para combater antissemitismo em nosso campus”.
O governo Trump afirmou que o financiamento cancelado é apenas parte dos US$5 bilhões em subsídios do governo que foram comprometidos com a universidade, que, no entanto, está se preparando para um baque financeiro.
“Não há dúvida que o cancelamento desses fundos terá um impacto imediato em pesquisas e outras funções críticas da Universidade, afetando estudantes, professores, funcionários, pesquisas e tratamento de pacientes”, disse Armstrong.
Fundos federais representaram cerca de US$1,3 bilhão dos 6,6 bilhões de receita operacional da universidade no ano fiscal de 2024, segundo um relatório financeiro de Columbia.
Alguns estudantes e funcionários judeus estavam entre os manifestantes pró-palestinos e afirmam que suas críticas contra Israel estão sendo equivocadamente confundidas com antissemitismo. Minouche Shafik renunciou no ano passado como presidente de Columbia, após críticas tanto de grupos pró-Israel quanto pró-palestinos à maneira como a universidade lidou com as manifestações.
O governo se recusou a dizer quais contratos e subsídios foram cancelados, mas o Departamento de Educação argumenta que as manifestações foram ilegais e privaram estudantes judeus de oportunidades de aprendizado.
Grupos de direitos civis afirmaram que os cortes imediatos são uma punição inconstitucional a discursos protegidos e provavelmente serão alvos de contestações legais.
(Reportagem de Bo Erickson e Jonathan Allen)
((Tradução Redação Rio de Janeiro)) REUTERS MN