Por Jonathan Stempel
25 Fev (Reuters) - Uma juíza federal dos Estados Unidos afirmou nesta terça-feira que a Meta META.O precisa enfrentar uma ação judicial que acusa a empresa controladora do Facebook e do Instagram de privilegiar a contratação de trabalhadores estrangeiros porque pode pagar a eles salários menores do que aos funcionários norte-americanos.
A magistrada Laurel Beeler, de São Francisco, disse que três cidadãos norte-americanos que acusam a empresa de não contratá-los, embora fossem qualificados, podem apresentar uma ação coletiva.
A Meta e seus advogados não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
Os autores da ação -- um profissional de tecnologia da informação e uma engenheira de software naturalizados cidadãos norte-americanos, e um cientista de dados -- disseram que se candidataram a vários empregos na Meta entre 2020 e 2024, mas que foram recusados devido à "preferência sistemática" da companhia por estrangeiros.
A Meta disse não existir provas de discriminação ou de que a empresa teria contratado os autores da ação caso eles não fossem cidadãos norte-americanos.
A juíza, no entanto, disse que 15% da força de trabalho da Meta nos EUA têm vistos H-1B, que normalmente são concedidos a profissionais estrangeiros, em comparação com 0,5% da força de trabalho geral.
Ela também citou um acordo da Meta, de outubro de 2021, para pagar até US$14,25 milhões, incluindo uma multa, para encerrar acusações do governo federal de que a companhia se recusava a considerar trabalhadores norte-americanos para vagas reservadas a portadores de vistos temporários.
"Essas alegações apoiam a acusação geral dos autores de que não foram contratados porque a Meta favorece os portadores de visto H-1B", escreveu Beeler.
O governo processou a Meta em dezembro de 2020, sete semanas antes de o presidente Donald Trump encerrar seu primeiro mandato na Casa Branca.
"Temos esperança de que a ação judicial ajude a remediar o favoritismo em relação aos trabalhadores com visto, que é comum no setor de tecnologia", disse Daniel Low, advogado dos três autores da ação, em um email.
"A abordagem completa da questão exigirá mais fiscalização ou reforma legislativa", afirmou Low.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)
((Tradução Redação São Paulo))
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