
Investing.com — Com a perspectiva de que o Brasil deve enfrentar uma desaceleração da atividade econômica em 2025, um crescimento mais fraco e uma inflação persistente trazem preocupações a respeito da estagflação, destacou o UBS BB em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 17 de fevereiro.
“Uma combinação de fracos motores de crescimento, indicadores econômicos em deterioração e inflação persistente sugere que o Brasil está caminhando para uma estagflação em 2025-2026”, alerta o banco no documento.
Drivers da atividade em 2024 serão mais fracos ou inexistentes em 2025
Os drivers do crescimento de 2024 tendem a apresentar fraqueza ou até desaparecer neste ano, de acordo com o banco. Com redução do impulso fiscal dos precatórios, menos investimentos e consumo afetado pela incerteza e diminuição da confiança, a atividade tende a desacelerar nos próximos quatro trimestres – o primeiro registro do tipo desde 2020.
Com essa perspectiva, o UBS BB estima expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,3% em 2025, contra projeção de 2,01% do Boletim Focus divulgada hoje. Além disso, espera inflação acima do teto da meta nos próximos 13 meses, o que vai demandar a continuidade do ciclo de aperto monetário.
Mesmo com estagflação, cortes de juros somente em 2026
De acordo com o banco, com a desconfiança do mercado sobre as tendências das contas públicas, a reação dos investidores aos preços dos ativos pode causar ainda menos crescimento e mais inflação.
No entanto, o banco alerta que um cenário de estagflação não seria suficiente para permitir cortes nas taxas de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ainda neste ano, o que deve ocorrer somente em 2026.
“Apesar da significativa desaceleração do crescimento, acreditamos que o Copom não conseguirá reduzir a Selic do pico de 15,25% esperado para este ano. Seria necessária uma recessão para trazer o modelo de inflação para a meta mais rapidamente. Nosso cenário de estagnação é de baixo crescimento, mas não de recessão”, argumenta o banco no relatório.
O UBS BB antecipa um aumento de 100 pontos base na Selic em março, conforme sinalizado pela autoridade monetária, mas um novo aumento da mesma magnitude em maio.
“O consenso prevê que esta última subida de 100pb seja dividida em duas subidas de 50pb (maio e junho). Embora isso seja possível, preferimos a subida antecipada de 100pb em maio como a via mais barata e credível para atingir a desejada desinflação”, conclui.
Leia mais: PIB do Brasil de 2025 caminha para uma desaceleração brusca da economia
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