Por Alexandra Alper e Raphael Satter
WASHINGTON, 7 Fev (Reuters) - Uma das pessoas que trabalha com o bilionário Elon Musk para reformar o governo dos Estados Unidos, um cientista de computação educado em Berkeley, impulsionou supremacistas brancos e misóginos na internet.
No LinkedIn, Gavin Kliger diz ser "Conselheiro Especial do Diretor" do Escritório de Gestão de Pessoas (DOGE), principal órgão responsável pelos esforços de Musk para encolher o funcionalismo federal. Seu endereço de email da USAID foi copiado em mensagem, vista pela Reuters, enviada para membros do órgão, na segunda-feira, pedindo que ficassem em casa enquanto a agência estava sendo fechada.
Kliger formou em 2020 na Universidade de Califórnia Berkeley, com média de 3,95 e diplomas em Engenharia Elétrica e Ciência da Computação, segundo perfil no LinkedIn. A Reuters confirmou sua presença na universidade, mas não conseguiu comprovar os demais detalhes.
Kliger é um entre cerca uma dúzia de homens identificados pela Reuters e outros veículos de imprensa como pessoas recrutadas por Musk e seu gabinete para reformar o governo federal.
Em postagens nas redes sociais entre outubro de 2024 e janeiro deste ano, Kliger expressou opiniões controversas e postou conteúdo do supremacista branco Nick Fuentes, além do autodeclarado misógino Andrew Tate.
Kliger compartilhou uma publicação de 4 de dezembro da conta X de Fuentes e depois deletou a publicação, mas a Reuters examinou uma cópia via Internet Archive.
No post no X, Fuentes zomba de uma postagem elogiando a foto de um casal aparentemente branco retratado com dois filhos de pele clara e um bebê de pele escura. Em sua postagem, Fuentes referiu-se a "crianças negras adotadas", denegrindo a aparente adoção inter-racial. Ele também usou a palavra “huzz”, um termo pejorativo para mulheres.
Em resposta a uma postagem sobre a possibilidade do prefeito de Nova York, Eric Adams, fechar um abrigo para migrantes em novembro, Kliger escreveu: "Deixe-os em paz por mais alguns meses. Será muito mais conveniente deportá-los todos se estiverem no mesmo lugar."
Uma porta-voz do departamento de pessoal se recusou a comentar as postagens de Kliger, que não respondeu a diversos pedidos de comentários por email e mensagem. Após o pedido de comentários da Reuters, na noite de quinta-feira, o acesso público à conta X de Kliger foi bloqueado.
((Tradução Redação Brasília))
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