Por Karen Brettell
NOVA YORK, 29 Jan (Reuters) - Os rendimentos dos Treasuries reverteram uma alta anterior depois que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta quarta-feira que espera ver mais progresso na inflação, mesmo com o banco central dos Estados Unidos tendo removido o trecho que citava a queda da inflação do seu comunicado da mais recente reunião de política monetária.
O Fed retirou o trecho que dizia que a inflação "progrediu" em direção à sua meta de inflação de 2%, destacando apenas que o ritmo de aumento dos preços "permanece elevado".
A mudança "reconhece que a inflação permanece acima da meta do Fed e pode estar se estabilizando acima da meta", disse Mark Luschini, estrategista-chefe de investimentos da Janney Montgomery Scott.
Powell disse em uma coletiva de imprensa após a reunião que o Fed quer ver mais progresso na inflação e pode ver um caminho para isso, destacando, por exemplo, que a inflação de moradia está caindo constantemente.
Powell também disse que o Fed não precisa que a inflação caia para sua meta anual de 2% antes de cortar os juros.
Operadores estão precificando cerca de 46 pontos-base de cortes até o final do ano, abaixo dos cerca de 48 pontos-base antes do comunicado do Fed. Isso reflete a queda da confiança de que o banco central dos EUA fará duas reduções de 25 pontos-base nos juros este ano.
O Fed manteve os custos de empréstimos inalterados nesta quarta-feira, como era amplamente esperado.
O rendimento da nota de dois anos US2YT=RR, que normalmente acompanha as expectativas da taxa de juros do Fed, subia 2,1 pontos-base, para 4,226%. Mais cedo, os retornos chegaram a subir para 4,263% após o comunicado do Fed.
Os yields do Treasury de referência de dez anos US10YT=RR caíam 0,2 ponto-base, para 4,547%, depois de terem atingido 4,593% mais cedo.
A diferença entre os rendimentos de dois e dez anos US2US10=TWEB estava em 33,6 pontos-base.
O crescimento econômico mais forte e a incerteza sobre o impacto das políticas, incluindo as tarifas que deverão ser implementadas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, levaram os investidores a reduzir as expectativas sobre quantas vezes mais o banco central dos EUA cortará os juros.
((Tradução Redação Brasília))
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