Por Tom Hals
27 Jan (Reuters) - Grupos quakers entraram com uma ação na Justiça nesta segunda-feira para impedir que agentes de imigração dos Estados Unidos realizem prisões e buscas em locais de culto após o governo Trump rescindir orientação que protegia igrejas e escolas de sua campanha de deportação em massa.
Na semana passada, o secretário interino de Segurança Interna do presidente Donald Trump rescindiu uma ordem do governo Biden que limitava a aplicação da lei de imigração em "áreas protegidas", incluindo hospitais, abrigos, playgrounds ou despensas de alimentos.
Trump prometeu deportar milhões de pessoas sem documentos, e o Departamento de Segurança Interna (DHS, em inglês) disse que a mudança de política impede as pessoas sem documentos de abrigarem-se em igrejas para evitar a prisão.
O Departamento de Justiça preferiu não comentar o assunto. O DHS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A ação movida por cinco grupos Quaker disse que a política está infringindo o direito de praticar sua religião ao semear o medo entre as congregações e levar ao cancelamento de cultos. Segundo a ação, a orientação anterior de evitar prisões e buscas em áreas protegidas foi mantida por 30 anos.
Os grupos alegam que a nova política viola os direitos dos Quakers segundo a Constituição dos EUA, assim como a lei administrativa e uma lei que protege a liberdade religiosa.
Os Quakers pediram ao Juiz Distrital dos EUA Theodore Chuang, em Greenbelt, Maryland, que declare a política inconstitucional e que impeça os agentes de realizarem ações de fiscalização em locais de culto.
Mais de uma dúzia de ações judiciais foram movidas para contestar as políticas de Trump, mas a ação dos Quakers parece ser a primeira de uma organização religiosa.
Durante o governo de Joe Biden, agentes foram orientados a evitar a prisão de pessoas ou a realização de outras ações de fiscalização em áreas protegidas, incluindo abrigos e hospitais, para não desencorajar as pessoas a buscar alimentos e medicamentos necessários.
(Reportagem de Tom Hals em Wilmington, Delaware; reportagem adicional de Nate Raymond)
((Tradução Redação Brasília))
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