Investing.com – Com a trajetória de diminuição nos juros em economias desenvolvidas, os ciclos monetários são bem distintos do que em outros mercados, como o brasileiro, que deve continuar os ajustes para cima, restringindo mais as taxas. Esse movimento exige posicionamento estratégico dos investidores na hora de escolher os ativos mais atrativos, de acordo com o banco BTG, que tratou do tema no relatório Onde Investir em 2025, divulgado nesta semana.
A economia americana deve continuar mostrando resiliência na sua atividade, de acordo com o BTG, que estima expansão de 2,2% em 2025, com viés altista. Além disso, o documento demonstra preocupação com riscos fiscais e inflacionários durante o todo o primeiro semestre, pois a pauta econômica deve passar por mudanças expressivas com o novo governo do republicano Donald Trump.
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Entre os pontos a serem monitorados, estão tarifas, cortes de impostos e acirramento de uma guerra comercial, com impactos geopolíticos, que podem trazer volatilidade para os mercados, principalmente no início do mandato. O banco espera que os juros sigam caindo para proporcionar um pouso suave da economia, com controle inflacionário e mercado de trabalho saudável, com taxa terminal de 3,4% nos juros.
Na Zona do Euro, o cenário não é tão positivo, e a perspectiva é de um crescimento mais modesto, estimado em 1,2% no ano de 2025. O banco alerta que a atividade segue perdendo sua intensidade, e esse cenário pode ficar mais delicado com eventuais maiores tarifas da gestão americana. A trajetória de cortes tende a uma taxa terminal de 2,5%, com viés baixista, de acordo com os especialistas.
Enquanto isso, para China, o BTG projeta expansão da economia de 4,8% em 2025, com investidores monitorando de perto a recuperação do setor imobiliário e da demanda doméstica, assim como novos estímulos do gigante asiático. O pacote estaria, segundo o BTG, “direcionado principalmente para o médio prazo, dado que a estratégia pode não oferecer o impulso econômico esperado ao longo de 2025. Assim, permanecem dúvidas sobre a possibilidade de novos apoios governamentais para estimular a demanda doméstica no curto prazo, especialmente em um cenário de maior incerteza no comércio exterior, marcado por um possível aumento das tarifas pelos EUA e pela Europa, o que poderia comprometer a recuperação econômica em andamento”, alerta o banco.
O cenário doméstico vem passando por uma deterioração robusta nos ativos de risco, e os principais indicadores macroeconômicos vão ser olhados de perto, além da situação fiscal. O ano de 2024 foi de crescimento da economia mais forte do que o esperado, assim com a robustez do mercado de trabalho, enquanto o cenário fiscal pesou, levando a uma deterioração nas expectativas inflacionárias e elevando as estimativas de juros, com impacto na volatilidade nos ativos.
“A deterioração fiscal iniciada com a mudança, em abril, das metas de resultado primário para 2025 e 2026 foi acentuada após o anúncio do pacote de ajuste fiscal aquém do esperado pelo mercado no final de novembro. Com menos medidas estruturais e maior dependência do pente- fino, devemos ter uma sobrevida menor do Arcabouço Fiscal”, lembra o BTG.
Com demanda forte e incerteza fiscal, preços dos serviços são pressionados, assim como os juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central antecipou dois novos cortes de um ponto percentual, levando a Selic a pelo menos 14,25%, mas este nível ainda vai depender dos próximos indicadores.
Agora, o BTG aponta preocupação para a viabilidade política do pacote e do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o risco em torno do aumento do impacto fiscal, com a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil. Ainda que o governo tenha indicado que a medida será neutra, o banco reforça que há dúvidas em torno da aprovação de possíveis medidas de compensação.
Com isso em mente, veja as sugestões de alocação do banco:
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