
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, aproveitou a cúpula inaugural do G20 (Grupo dos 20) da África para defender as restrições de exportação impostas por Pequim, ao mesmo tempo que ofereceu aos países em desenvolvimento uma participação no futuro do setor.
O encontro do fim de semana em Joanesburgo colocou as terras raras e os recursos estratégicos no centro das atenções, à medida que as potências industriais enfrentavam gargalos de abastecimento e os países ricos em recursos exigiam mais do que simplesmente vender matérias-primas ao maior licitante.
Li disse aos delegados que Pequim deve regular cuidadosamente os embarques de minerais com aplicações militares, justificando os controles como medidas de segurança necessárias. Poucas horas depois, autoridades chinesas detalharam planos para uma parceria de mineração abrangendo 19 países, no que especialistas consideram uma aparente resposta às recentes tentativas dos Estados Unidos de construir redes de suprimento paralelas.
O primeiro-ministro afirmou que a China irá "promover a cooperação mutuamente benéfica e o uso pacífico de minerais essenciais", acrescentando que também "salvaguardará os interesses dos países em desenvolvimento, abordandodentos usos militares e outros".
O G-20 criticou os países que impõem restrições às exportações de minerais, uma crítica velada à política chinesa que afetou a produção industrial na Alemanha e no Japão.
Esses materiais são essenciais para a produção de tudo, desde armamentos de precisão atétronde consumo, dando a Pequim uma considerável vantagem à medida que as tensões comerciais com Washington se intensificam.
dent presidente Xi Jinping, da China, assim como o presidente dent Trump, dos EUA, não compareceram ao encontro, visto que ambos os países ainda estão finalizando as negociações sobre licenças gerais relacionadas a minerais de terras raras, após terem chegado a uma trégua comercial no mês passado.
Dados da indústria mostram que a China detém quase metade das reservas mundiais de terras raras e processa cerca de 70% desses materiais em todo o mundo.
Os países europeus sentiram o impacto do regime de licenciamento, o que levou a uma série de iniciativasmatic em direção a Pequim nos próximos meses, partindo da França, Alemanha, Reino Unido e Irlanda, sendo os minerais de terras raras um dos principais itens da agenda.
O líder irlandês Micheál Martin expressou otimismo de que as discussões evitariam futuras interrupções no fornecimento e garantiriam o acesso confiável a materiais essenciais. Ele disse: "Espero que, graças a essas reuniões e encontros, possamos evitar que tais situações ocorram no futuro e tenhamos acesso genuíno a minerais de terras raras."
Durante reuniões bilaterais, Giorgia Meloni, da Itália, enfatizou a Li a necessidade de proteger as cadeias de suprimentos da produção industrial.
Odent do Brasil, Lula da Silva, reiterou um ponto importante que muitos países em desenvolvimento vêm discutindo há tempos: não aceitarão ser relegados ao papel de meros fornecedores de minerais brutos. Odent afirmou: “Não seremos apenas exportadores, mas parceiros na cadeia de valor global de minerais críticos”.
A declaração da cúpula incorporou uma linguagem que apela a estruturas que transformem a riqueza mineral em motores de prosperidade e crescimento sustentável, reconhecendo as preocupações do Sul Global sobre a apropriação dos lucros da produção mineral por nações mais ricas.
A iniciativa de mineração verde da China envolve Camboja, Nigéria, Mianmar, Zimbábue e outros 15 países, que trabalham em conjunto com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI). No entanto, as autoridades chinesas forneceram poucos detalhes operacionais e não divulgaram nenhum compromisso de financiamento.
A vice-ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Thandi Moraka, também pediu que os estados africanos priorizem o desenvolvimento de conhecimento técnico e capacidade de processamento. "Muitos países em desenvolvimento ricos em minerais, especialmente em nosso continente africano, não se beneficiaram plenamente devido ao subinvestimento", disse ela em uma coletiva de imprensa ao lado de um representante chinês.
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