
A Casa Branca de Donald Trump deu sinal verde ao plano da União Europeia de usar quase US$ 217 bilhões em ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia e aumentar a pressão sobre a Rússia, segundo a Reuters nesta sexta-feira.
Esse dinheiro está retido na Europa desde a invasão da Ucrânia por Moscou em 2022 e, desde então, tem sido usado como arma financeira contundente, embora tecnicamente não tenha sido apreendido.
O plano da Comissão Europeia é permitir que os Estados-Membros da UE utilizem até 185 mil milhões de euros, sem recorrer à confiscação total. Este valor corresponde à maior parte dos 210 mil milhões de euros detidos em toda a Europa.
A fonte americana, que pediu para não ser identificada, afirmou categoricamente: "Washington apoia totalmente a UE e as medidas que ela está tomando neste momento para poder usar esses recursos como ferramenta."
Esse apoio surge mesmo com os riscos legais e políticos a continuarem a atrasar os próximos passos da UE. A maioria dos ativos está localizada na Bélgica, e as autoridades belgas têm dificultado a aprovação da proposta.
No mesmo dia em que Trump anunciou seu apoio aos planos da UE, a Alemanha apontou o dedo para a Rússia devido a uma série de avistamentos de drones que teriam sido vistos sobre aeroportos e instalações militares na Bélgica, o que poderia ser um sinal de alerta do Kremlin.
A mensagem? Não mexam com esses ativos congelados. Moscou, é claro, negou qualquer envolvimento com os drones, mas ainda assim prometeu uma “resposta dolorosa” caso os ativos sejam tocados.
Desde que Putin enviou tropas para a Ucrânia, o Ocidente bloqueou cerca de 300 bilhões de dólares em riqueza soberana russa, detida principalmente por bancos centrais e instituições estatais.
A proposta mais recente da UE seria uma das maiores iniciativas até agora para utilizar essa reserva congelada. Mas não se trata de uma apropriação indevida. Os fundos seriam utilizados com cautela, evitando a apreensão total que poderia desencadear processos judiciais ou represálias.
Apenas no mês passado, o Cryptopolitan noticiou que o governo Trump impôs sanções à Rosneft e à Lukoil, as duas maiores gigantes petrolíferas da Rússia.
Isso se somou a uma enorme pilha de sanções já destinadas a sufocar a economia de Moscou. A Casa Branca ainda está observando para ver como isso se desenrola. Mas o funcionário americano acrescentou: "Há mais coisas que poderíamos fazer para tentar aumentar a pressão".
Enquanto isso, durante o encontro entre Trump e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, na Casa Branca na sexta-feira, os dois líderes conversaram sobre energia, comércio e, claro, a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Durante essa reunião, Orbán pediu uma isenção das sanções americanas pela compra de petróleo e gás russos. A resposta de Trump? Ele está aberto à possibilidade. "Estamos analisando a questão, porque é muito difícil para ele obter petróleo e gás de outras regiões. Eles não têm a vantagem de ter o mar", disse Trump aos repórteres.
Esta foi a primeira visita de Orbán à Casa Branca desde que Trump retornou ao cargo. Ele está sob pressão em seu país e em toda a Europa por sua relação amistosa com Putin.
Mas Trump não hesitou em apoiá-lo, criticando a "hipocrisia" da Europa por continuar comprando energia russa enquanto adota um discurso firme. Ele chegou a dar mais um apoio à reeleição de Orbán, dizendo que o líder húngaro havia feito um "trabalho fantástico".
Orban, que nunca escondeu seus sentimentos, criticou Joe Biden, elogiou Trump e chamou isso de uma nova “era de ouro” nas relações entre os EUA e a Hungria. “Durante o governo democrata, tudo foi arruinado”, disse ele. “Depois que você deixou odentde presidente, tudo basicamente quebrou, foi arruinado, cancelado.”
Ele também insinuou que a Hungria pode aumentar suas compras de gás natural liquefeito e combustível nuclear dos EUA, o que poderia ajudar a tornar mais atraente qualquer acordo de isenção das sanções relacionadas à Rússia. Orbán já visitou Mar-a-Lago duas vezes no ano passado, mostrando o quão próximo ele se tornou do círculo de Trump.
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