
Joe Longo, presidente da Comissão Australiana de Valores Mobiliários e Investimentos (ASIC), alertou que a Austrália corre o risco de ficar para trás na corrida global pela adoção de ativos tokenizados. Ele advertiu que, se a tokenização não for adotada, grandes inovações financeiras e potencial de investimento poderão ser perdidos.
Em um discurso na quarta-feira, Longo afirmou que a tokenização pode mudar drasticamente os mercados de capitais australianos, dividindo ativos em unidades menores e negociáveis e facilitando a liquidação rápida. Ele acrescentou que o país deve aproveitar essa oportunidade ou corre o risco de ficar para trás à medida que a tecnologia de registro distribuído revoluciona os mercados financeiros globais.
A tokenização permite a divisão de ativos convencionais, como fundos, títulos ou imóveis, em tokens digitais menores. Longo enfatizou que as nações terão uma clara vantagem competitiva se adotarem essas inovações rapidamente.
Segundo Longo, a Austrália esteve entre os primeiros países a adotar inovações comerciais, incluindo o comérciotronem 1994, e o ASX CHESS foi pioneiro. Além disso, o primeiro título tokenizado do Banco Mundial, denominado “bond-i”, foi emitido em Sydney em 2018.
O presidente da ASIC afirmou que outras nações estão agora ultrapassando a Austrália. Longo mencionou que a SIX Digital Exchange, na Suíça, administrada pela contraparte suíça da ASX, começou a emitir títulos digitais em 2021 e já arrecadou mais de US$ 3,1 bilhões.
Além disso, empresas no Reino Unido estão investigando a tokenização sob a supervisão da Autoridade de Conduta Financeira ( FCA ) e do ambiente de testes de títulos digitais do Banco da Inglaterra.
“Portanto, hoje posso anunciar que iremos rever e relançar o Centro de Inovação da ASIC, com foco na busca de maneiras pelas quais a ASIC possa apoiar inovações no mercado financeiro australiano.”
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– Joe Longo , Presidente da Comissão Australiana de Valores Mobiliários e Investimentos (ASIC)
Segundo Longo, o revitalizado Centro de Inovação manterá uma política de portas abertas para inovadores que enfrentam desafios regulatórios. O órgão regulador prometeu colaborar na busca de soluções, em vez de apenas listar os problemas.
Longo acrescentou que a ASIC apoiará a revisão governamental do Sandbox Regulatório Aprimorado para dar suporte ao setor fintech da Austrália.
O presidente da ASIC confirmou que o órgão regulador já iniciou conversas com a Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS) e o Centro de Pesquisa em Supercomputação Pawsey, em Perth. As discussões visam explorar maneiras de operacionalizar melhor a enorme quantidade de dados e informações que a ASIC recebe.
O discurso detalha as recentes iniciativas regulatórias do órgão regulador. De acordo com as diretrizes revisadas do regulador sobre ativos digitais divulgadas no mês passado, stablecoins, tokens encapsulados e títulos tokenizados são instrumentos financeiros que exigem licenciamento. A ASIC concedeu às empresas um período de transição até junho de 2026 para se adequarem aos novos requisitos.
O Comissário da ASIC, Alan Kirkland, afirmou que a tokenização e a tecnologia de registro distribuído estão transformando o setor financeiro global. Kirkland acrescentou que as diretrizes do órgão regulador fornecem a clareza regulatória que as empresas vêm solicitando, permitindo que elas inovem comdentna Austrália.
“Muitos ativos digitais amplamente negociados são produtos financeiros de acordo com a legislação atual – e continuarão sendo sob a reforma legislativa proposta pelo governo – o que significa que muitos provedores precisam de uma licença de serviços financeiros.”
– Alan Kirkland , Comissário da ASIC.
Kirkland acrescentou que o licenciamento garante que os clientes tenham acesso a todas as proteções legais e permite que o órgão regulador tome medidas quando o comportamento antiético causar danos.
No mês passado, o Tesouro da Austrália propôs um projeto de lei que exige licenças de serviços financeiros para corretoras de criptomoedas e provedores de serviços de criptomoedas certificados.
O Ministério da Fazenda do país declarou que a legislação proposta introduziria plataformas de custódia tokenizada (TCPs) e plataformas de ativos digitais (DAPs) como novos produtos financeiros. As TCPs e DAPs alterariam a Lei das Sociedades de 2001.
De acordo com a ficha informativa do Tesouro, os reguladores tratariam os TCPs e DAPs como produtos financeiros, sujeitando-os imediatamente a todo o conjunto de regulamentações de licenciamento e proteções ao consumidor.
O Departamento do Tesouro revelou que o foco da nova regulamentação são as empresas que detêm ativos em nome de clientes, e não os próprios ativos digitais. Segundo o Departamento, os criptoativos já estão abrangidos pelas regulamentações vigentes no país e são tratados de forma semelhante aos ativos tradicionais.
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