
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Social, a trajetória da dívida do Reino Unido é "insustentável" e, para revertê-la, a Ministra da Fazenda, Rachel Reeves, precisará apresentar superávits orçamentários primários pela primeira vez em 25 anos.
O grupo de reflexão econômica afirmou que Reeves precisará de 50 bilhões de libras (65 bilhões de dólares) adicionais em seu próximo orçamento para estabilizar as finanças do país e se proteger contra choques futuros. Alertou ainda que, com o aumento acentuado dos custos de juros, a ministra da Fazenda deve gerar superávits primários para evitar o aumento da dívida.
A última vez que o Reino Unido registrou superávit primário foi em 2001-02, durante o governo de Tony Blair, período em que a economia crescia muito mais rapidamente e a dívida representava apenas 30% do PIB. A dívida pública está agora perigosamente próxima de 100% do PIB.
Em seu discurso pré-orçamentário, a Ministra da Fazenda Reeves insinuou aumentos significativos de impostos para sanar as finanças públicas debilitadas do Reino Unido. Ela não garantiu necessariamente que cumpririam as promessas feitas no manifesto eleitoral do Partido Trabalhista, de não aumentar o imposto de renda , o IVA ou a contribuição previdenciária. Quando questionada por jornalistas se a promessa ainda se mantinha, ela desconversou, dizendo que estava “contextualizando o Orçamento”.
Ela acrescentou: “As escolhas que farei neste Orçamento, este mês, terão como foco a redução da inflação e a criação das condições para cortes nas taxas de juros, de forma a apoiar o crescimento econômico e melhorar o custo de vida”. Ela também prometeu elaborar um orçamento para o crescimento baseado na equidade, visando reduzir os atrasos no NHS (Serviço Nacional de Saúde), os altos níveis de endividamento e o crescente custo de vida.
No entanto, muitos analistas e líderes governamentais acreditaram que seu discurso não trouxe muita clareza. A líder conservadora, Kemi Badenoch, classificou o discurso como "uma longa e confusa declaração", argumentando que deixou as empresas completamente no escuro.
Reeves ainda não esclareceu quais impostos poderiam aumentar, embora tenha parecido descartar a possibilidade de renúncia caso o imposto de renda fosse reajustado. Questionada na LBC se a quebra da promessa deveria levá-la a renunciar, ela respondeu: "Não vou desistir só porque a situação é difícil".
David Aikman, diretor do NIESR, alertou que a trajetória da dívida pública do Reino Unido está se tornando “insustentável” e pode ultrapassar 100% do PIB, a menos que medidastronsejam implementadas.
Apesar de um aumento de impostos de 40 bilhões de libras (52 bilhões de dólares) em seu primeiro orçamento, Reeves agora enfrenta um cenário de dívida ainda mais sombrio, com grande parte da deterioração atribuída às previsões de produtividade mais fracas do Escritório de Responsabilidade Orçamentária.
O NIESR prevê que o OBR estime o déficit fiscal entre 20 e 30 bilhões de libras, um valor menor do que o seu próprio, mas argumenta que Reeves deveria ir além e criar uma reserva de segurança de 30 bilhões de libras (39 bilhões de dólares). Aikman explicou que o próximo choque econômico quase certamente aumentaria ainda mais a dívida, enfatizando a necessidade de começar a reduzir o índice de endividamento agora para preservar a capacidade do governo de responder a futuras crises e investir de forma eficaz.
O think tank também prevê um crescimento do PIB de 1,5% em 2025 e de 1,2% no próximo ano, embora tenha observado que os esforços de Reeves para conter o defipodem limitar o crescimento econômico. Além disso, prevê que o Banco da Inglaterra fará duas reduções de 0,25% na taxa de juros no próximo ano, visto que a inflação permanecerá acima de 3% até a primavera do próximo ano, antes de retornar à meta de 2%.
Entretanto, outros influentes centros de estudos publicaram propostas sobre como tornar os impostos mais justos e melhorar o crescimento econômico sem agravar o déficit orçamentário.
Argumentaram que políticas fiscais obsoletas e desiguais levaram à restrição do investimento e da produção. Além disso, recomendaram a eliminação do imposto de selo, a redução do IVA e o aumento da lista de bens sujeitos a tributação. Ademais, defendem a fusão do imposto de renda com a previdência social.
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