Frankfurt considera isto consistente com o seu papel como guardião monetário do bloco e com o seu direito exclusivo de ajustar a oferta monetária. No entanto, pelo menos nove países da UE manifestaram oposição a este acordo. Argumentaram que o euro digital transcende a política monetária e entra no domínio mais amplo dos serviços financeiros. A disputa levanta grandes preocupações sobre a estabilidade financeira. Tanto os políticos como os tecnocratas temem que, se os limites das carteiras forem demasiado elevados, os cidadãos possam retirar grandes somas dos bancos tradicionais durante as crises. Segundo eles, pode desestabilizar potencialmente todo o sistema bancário. Alguns funcionários também expressam preocupações sobre possíveis violações da liberdade financeira pessoal. O BCE argumenta que garantir a solidez dos bancos faz parte das suas responsabilidades de supervisão. Contudo, os Estados-Membros afirmam que muitas responsabilidades de supervisão são defi pelo órgão legislativo e não pelo banco central. Um compromisso proposto envolve legisladores que estabeleçam parâmetros dentro dos quais o BCE opera, mantendo ao mesmo tempo a autoridade de tomada de decisão final do banco. No entanto, de acordo com o Politico, isto pode não resolver a preocupação mais ampla de que o projecto possa tornar-se um risco se for implementado sem supervisão democrática adequada. O conflito representa uma reavaliação fundamental do equilíbrio entre a autoridade política e a autoridade bancária central, trinta anos depois de o BCE se ter tornado o principal guardião monetário do bloco. Esta luta pelo poder surge à medida que mais de 100 bancos centrais exploram globalmente moedas digitais nacionais, desencadeada pela proposta de criptomoeda Libra do Facebook de 2019. O BCE manteve-se empenhado no projecto do euro digital, considerando-o crucial para reduzir a dependência da Europa de serviços de pagamento fora da UE. Aumentam as preocupações com a estabilidade bancária