
BRASÍLIA, 21 Nov (Reuters) - O vice-presidente Geraldo Alckmin disse nesta sexta-feira que 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos seguem sujeitas a uma tarifa de 50%, após o governo Donald Trump ter excluído na véspera a taxação adicional de 40% sobre 238 produtos, incluindo carne bovina e café.
Falando a jornalistas no Palácio do Planalto, Alckmin disse que as negociações com os EUA prosseguirão, e citou que produtos como pescado, mel, uva e industriais seguem sendo tarifados em 40%, e serão objeto de empenho por parte do governo.
"Estávamos com 36% (das exportações para os EUA) no início de produtos com tarifa 10% mais 40%, reduzimos para 22%. Hoje nós temos no tarifaço 22% da exportação brasileira."
Alckmin, que está à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), destacou que o Brasil está otimista com os resultados positivos das discussões com o governo dos EUA, mas que o trabalho de negociação entre os dois países ainda não acabou.
"O trabalho continua. As barreiras estão sendo vencidas. Abrimos um canal muito importante de negociações", afirmou. "O trabalho continua. Queremos excluir mais produtos e avançar na negociação."
Após a decisão de quinta-feira, segundo informações do MDIC, 51% das exportações brasileiras aos EUA estão livres d a tarifa de 40% imposta por decreto de julho do governo norte-americano aos produtos brasileiros. Desse total, 15% ainda estão sujeitas a uma taxa adicional de importação de 10%, enquanto 36% não estão sujeitas a tarifas adicionais.
Já os produtos taxados sobre a chamada seção 232 da legislação dos EUA, com tarifas sobre produtos específicos aplicadas a todos os países, totalizam 27% dos bens enviados aos EUA.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, afirmou que, com base nas exportações brasileiras em 2024, o valor de comércio do Brasil que está sujeito ao tarifaço de 40% registrou uma queda de 37% desde a entrada em vigor das tarifas específicas ao país no final de julho.
"Hoje, 36% das exportações brasileiras não estão sujeitas nem a 10% nem a 40%", disse a secretária a jornalistas.