
20 Nov (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que ficou "feliz" com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de remover a tarifa de 40% de importação imposta sobre alguns produtos brasileiros, como a carne bovina e o café.
"Hoje eu estou feliz porque o presidente Trump já começou a reduzir algumas taxações que eles tinham feito em alguns produtos brasileiros", disse Lula ao discursar na abertura do Salão do Automóvel em São Paulo.
Trump assinou um decreto nesta quinta-feira para suspender os impostos de importação sobre produtos agrícolas afetados pelo anúncio da tarifa de 40% em julho, informou a Casa Branca.
O decreto vai afetar as importações norte-americanas de produtos brasileiros a partir de 13 de novembro e poderá exigir o reembolso das tarifas cobradas sobre esses produtos, de acordo com texto divulgado pela Casa Branca.
A decisão também foi comemorada por entidades ligadas aos setores beneficiados pela medida.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) celebrou a remoção das tarifas sobre a carne bovina brasileira.
"A medida demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, que contribuíram para um desfecho construtivo e positivo", disse a associação em nota.
Também em nota, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, avaliou que a decisão do governo norte-americano de remover a tarifa de 40% a mais de 200 produtos agrícolas brasileiros configura "avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos".
A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) também comemorou a revogação da tarifa, o que garante taxa zero para a exportação do produto.
"Essa conquista é resultado do forte trabalho diplomático liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira, além da mobilização de toda a cadeia produtiva do café, que foi extremamente unida, e das nossas contrapartes nos Estados Unidos", afirmou Pavel Cardoso, presidente da Abic, em nota.
"Com esta nova ordem fica evidenciado que o café brasileiro é um produto essencial e estratégico para a economia americana, abrindo, inclusive, espaço para ampliação da presença dos cafés
industrializados brasileiros no varejo norte-americano, com ganhos diretos para toda a cadeia produtiva, da indústria ao produtor."