
Por Shariq Khan
NOVA YORK, 19 Nov (Reuters) - Os preços do petróleo caíam nesta quarta-feira, depois que relatórios indicaram que os Estados Unidos estão renovando sua pressão para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia e elaboraram um plano para isso.
Os futuros do petróleo Brent LCOc1 caíam US$1,48, ou 2,28%, a US$63,41 por barril, às 14h50 (horário de Brasília), enquanto os futuros do petróleo West Texas Intermediate CLc1 dos Estados Unidos caíam US$1,41, ou 2,32%, a US$59,33.
Os EUA sinalizaram para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, que seu lado deve aceitar o plano elaborado pelos EUA para acabar com a guerra, que propõe que Kiev abra mão do território e de algumas armas, disseram duas fontes à Reuters.
O fim da guerra na Ucrânia pode abrir caminho para o aumento do fluxo de petróleo russo, aumentando as preocupações com o excesso de oferta, disseram os analistas.
"Com a quantidade de petróleo na água, no armazenamento flutuante e o que foi sancionado, os preços provavelmente terminarão na casa dos US$50, já que todo o petróleo sancionado pela Rússia provavelmente chegará ao mercado", disse Scott Shelton, especialista em energia do TP ICAP Group.
No mês passado, os EUA anunciaram sanções contra as grandes petrolíferas russas Rosneft e Lukoil, estabelecendo um prazo até 21 de novembro para que as empresas encerrem seus negócios com elas. As sanções já haviam reduzido as receitas de petróleo de Moscou e provavelmente reduzirão a quantidade de petróleo que o país pode vender a longo prazo, disse o Tesouro dos EUA na segunda-feira.
"Há uma pressão máxima neste momento, já que o prazo de sexta-feira está se aproximando", disse o analista de petróleo da Rystad Energy, Janiv Shah, acrescentando que um prêmio de risco geopolítico menor deixaria os investidores mais atentos aos fracos fundamentos do mercado.
O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, negou que as sanções estivessem afetando a produção de petróleo e disse que a Rússia atingirá sua cota de produção da Opep+ até o final deste ano ou no início do próximo.
Mantendo as quedas do petróleo sob controle, a Administração de Informações sobre Energia dos EUA relatou nesta quarta-feira uma retirada maior do que a esperada dos estoques de petróleo dos EUA na semana passada, devido ao aumento do funcionamento das refinarias e das exportações. EIA/S
(Reportagem de Shariq Khan, Robert Harvey e Enes Tunagur em Londres e Jeslyn Lerh em Cingapura; Reportagem adicional de Sam Li e Lewis Jackson em Pequim)
((Tradução Redação Rio de Janeiro)) REUTERS MN