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China comprará 12 mi t de soja dos EUA nesta temporada, diz Bessent

Reuters30 de out de 2025 às 21:12

Por David Lawder e Maiya Keidan e Karl Plume

- O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta quinta-feira que a China concordou em comprar 12 milhões de toneladas métricas de soja norte-americana durante a atual temporada até janeiro, abaixo dos 22,5 milhões de toneladas da temporada anterior, depois que uma batalha tarifária de meses suspendeu todas as aquisições da atual safra norte-americana.

A China também se comprometeu a comprar 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos como parte de um acordo comercial maior com Pequim, disse Bessent.

A queda na demanda chinesa custou aos agricultores dos EUA -- um pilar fundamental da base política do presidente Donald Trump -- bilhões de dólares em vendas perdidas e o acordo representaria um retorno à normalidade no comércio com o principal importador de soja dos EUA, que comprou em média 28,8 milhões de toneladas nas últimas cinco safras de setembro a agosto.

"Portanto, nossos grandes produtores de soja... devem prosperar nos próximos anos", disse Bessent ao programa "Mornings with Maria" da Fox Business Network.

O acordo negociado na Malásia no fim de semana poderá ser assinado já na próxima semana, disse ele.

Bessent disse que outros países do Sudeste Asiático concordaram em comprar outros 19 milhões de toneladas de soja dos EUA, mas não especificou um prazo para essas compras ou as nações envolvidas. Os importadores asiáticos, com exceção da China, importaram entre 8 milhões e 10 milhões de toneladas por ano nos últimos anos, de acordo com dados comerciais do U.S. Census Bureau.

O contrato de soja mais ativo na Bolsa de Chicago Sv1 reverteu as perdas anteriores e fechou em alta de 1,2%, atingindo a máxima de 15 meses de US$11,0775 por bushel. GRA/

"Esses (acordos de compra chineses) não são números inatingíveis, mas também não são números que realmente apoiem a ideia de expansão do nosso programa de exportação de soja dos EUA", disse Ted Seifried, estrategista-chefe de mercado da Zaner Ag Hedge.

ALÍVIO NO CINTURÃO AGRÍCOLA DOS EUA

Grupos agrícolas dos EUA aplaudiram os acordos depois que a guerra comercial contundente de Trump corroeu as exportações de soja avaliadas em US$24,5 bilhões no ano passado. Os produtores quase terminaram de colher o que se espera que seja a quinta maior safra dos EUA já registrada.

A falta de demanda chinesa comprimiu a renda das fazendas dos EUA, já que os preços das safras ficaram perto das mínimas de vários anos durante meses, em meio ao aumento dos custos de fertilizantes, sementes, mão de obra e equipamentos.

"Esse é um passo significativo para o restabelecimento de uma relação comercial estável e de longo prazo, que produza resultados para as famílias de agricultores e para as gerações futuras", disse o presidente da American Soybean Association e agricultor de Kentucky, Caleb Ragland.

O acordo com a China foi firmado depois que Trump garantiu acordos comerciais agrícolas com outras nações asiáticas.

"A expansão dos mercados e o restabelecimento das compras pela China proporcionarão alguma segurança aos agricultores que estão lutando apenas para se manter", disse o presidente da American Farm Bureau Federation, Zippy Duvall.

CHINA DIVERSIFICANDO AS COMPRAS DE SOJA

Trump escreveu em uma postagem na mídia social durante a noite, após uma reunião com Xi Jinping na Coreia do Sul, que o líder chinês havia autorizado a China a iniciar a compra de grandes quantidades de soja, sorgo e outros produtos agrícolas.

A secretária de Agricultura dos EUA, Brooke Rollins, aplaudiu os comentários de Trump sobre a soja e o sorgo em um post no X.

No entanto, Even Rogers Pay, diretor da Trivium China, sediada em Pequim, disse que o acordo constituiu efetivamente um retorno aos negócios como de costume em termos de exportações de soja dos EUA para a China.

"Ele visa um nível de comércio que tem sido bastante consistente nos últimos anos", disse ela.

Johnny Xiang, fundador da AgRadar Consulting, sediada em Pequim, disse que os compradores comerciais ainda estão aguardando detalhes, como se a China reduzirá a tarifa sobre a soja dos EUA de 20% para 10% ou se a removerá totalmente.

"Se a tarifa não for totalmente suspensa, os compradores comerciais terão pouco incentivo para comprar soja dos EUA", disse ele.

A China, o maior comprador de soja do mundo e o principal mercado para os agricultores dos EUA, transformou seu grande apetite pelas safras americanas em uma poderosa moeda de troca na guerra comercial.

Enfrentando tarifas de importação de 23% sobre a soja após as rodadas de tarifas "olho por olho", os compradores chineses evitaram em grande parte a colheita de outono dos EUA, voltando-se para os suprimentos da América do Sul.

Desde a guerra comercial do primeiro governo Trump, a China diversificou suas fontes de importação de soja. Em 2024, a China comprou cerca de 20% de sua soja dos Estados Unidos, ante 41% em 2016, segundo dados alfandegários.

((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS

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