
Por Leah Douglas e Nathan Frandino
WASHINGTON/SAN FRANCISCO, 30 Set (Reuters) - Em um dia quente de setembro no pátio de uma comunidade de idosos de San Francisco, uma dúzia de moradores balança os quadris e joga as mãos para o alto ao som de "September", do Earth, Wind & Fire
A aula de dança, com duração de uma hora, é organizada pela Leah's Pantry, uma organização sem fins lucrativos que realiza programas de nutrição e saúde na cidade desde 2006. Para Kengsoi Chou Lei, uma aposentada de 72 anos que veio de Macau para os EUA em 1995, frequentar a aula semanal lhe ensinou que "o exercício físico deixa você mais saudável, mais relaxado e mais feliz em geral", disse ela em cantonês por meio de um intérprete.
A programação de aulas da organização será reduzida em breve, já que a Leah's Pantry enfrenta uma perda de 90% dos fundos devido aos cortes federais aprovados em julho como parte da lei de corte de impostos e gastos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Escolas, bancos de alimentos e outras organizações estão correndo para encerrar os programas de nutrição e saúde antes financiados pelo Programa de Assistência Nutricional Suplementar do Departamento de Agricultura dos EUA, conhecido como SNAP-Ed, de acordo com oito autoridades estaduais e organizações sem fins lucrativos entrevistadas pela Reuters.
O programa foi eliminado pelo projeto de lei de gastos de Trump, em vigor a partir de 30 de setembro.
"É definitivamente uma situação catastrófica para a nutrição da saúde pública", disse a fundadora e diretora executiva da Leah's Pantry, Adrienne Markworth.
Os cortes representam a primeira onda de reduções do projeto de lei para os programas federais de nutrição, que também aumentaram os requisitos de trabalho para os beneficiários de auxílio e acabarão por forçar gastos significativos com nutrição nos Estados.
Os parlamentares republicanos que aprovaram o projeto de lei argumentaram que o SNAP-Ed é ineficaz e redundante, alegações que os defensores do programa rejeitam.
O USDA não respondeu a um pedido de comentário.
Desde 1992, o USDA gastou mais de US$ 9 bilhões no SNAP-Ed, segundo dados da agência.
(Reportagem de Leah Douglas, em Washington, e Nathan Frandino, em San Francisco)
((Tradução Redação São Paulo))
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