Por Ana Mano
SÃO PAULO, 27 Ago (Reuters) - As emissões brasileiras de um importante gás de efeito estufa, o metano, aumentaram 6% entre 2020 e 2023, ano em que o maior exportador de carne bovina do mundo atingiu o segundo maior nível de emissões de metano de todos os tempos, ou 21,1 milhões de toneladas.
De acordo com um estudo divulgado pelo Observatório do Clima nesta quarta-feira, três quartos das emissões de gás metano do Brasil estavam ligados à produção de gado de corte e leiteiro, que representou 14,5 milhões de toneladas do total de emissões em 2023, o equivalente a 406 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente.
Isso excedeu todos os gases de efeito estufa emitidos pela Itália no mesmo ano, disse o Observatório do Clima.
"O metano é um gás de efeito estufa que pode aquecer o planeta muito mais do que o dióxido de carbono", disse o Observatório do Clima, uma rede de organizações ambientais da sociedade civil brasileira, em um comunicado. "Suas moléculas... têm um potencial de aquecimento global 28 vezes maior do que o do CO2 em um período de cem anos."
O Brasil, que abriga o segundo maior rebanho bovino do mundo, vende carne e subprodutos para vários países. Em novembro, o país sediará a conferência climática COP 30 em Belém, no coração da Amazônia.
O país é o quinto maior emissor de metano do mundo, atrás da China, dos EUA, da Índia e da Rússia, segundo a declaração do Observatório do Clima.
O gás metano é principalmente emitido pelo arroto do gado, resultante do processo digestivo dos animais. Outras fontes de metano incluem resíduos animais e produção de arroz irrigado.
(Reportagem de Ana Mano)
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS