SANTIAGO, 5 Ago (Reuters) - As exportações de milho dos Estados Unidos atingiram níveis recordes em julho, impulsionadas por uma safra abundante e uma sólida demanda externa, enquanto o Brasil e a Ucrânia enfrentam quedas significativas nos embarques devido a fatores climáticos e comerciais, informou um relatório da LSEG nesta terça-feira.
Os futuros do milho na bolsa de Chicago caíram 24% entre fevereiro e agosto, pressionados pela segunda safra recorde do Brasil e pelas condições climáticas favoráveis nos Estados Unidos, que aumentaram as expectativas de produção, segundo o relatório.
"Na frente comercial, um dólar fraco e uma oferta abundante favoreceram as vendas de milho nos EUA, enquanto o Brasil registrou uma desaceleração nas exportações devido à fraca demanda chinesa e aos atrasos na colheita", disse a LSEG.
As exportações acumuladas entre setembro e julho atingiram 61,66 milhões de toneladas, um aumento de 28% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Para o ano comercial de 2025/26, a oferta total de milho nos EUA deverá aumentar em cerca de 9 milhões de toneladas métricas.
Além disso, novos acordos entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais podem afetar as exportações americanas, inclusive de produtos agrícolas.
Com base nas informações atuais, as exportações de milho dos EUA em 2025/26 devem chegar a 71,79 milhões de toneladas métricas, segundo o relatório.
A LSEG disse que, em contraste, o Brasil exportou 5,07 milhões de toneladas de milho desde março, abaixo dos 6,27 milhões no mesmo período do ano passado. Em julho, os embarques caíram 11% em relação ao ano anterior, para 3,99 milhões de toneladas.
A China, o principal comprador em 2022/23, reduziu suas compras em 90%.
A Ucrânia também registrou uma queda acentuada nas exportações de milho, que caíram 52% em julho, para 643.000 toneladas, devido aos baixos níveis de estoque.
Entre outubro e julho, os embarques totalizaram 19,56 milhões de toneladas, abaixo dos 28,28 milhões de toneladas do ano anterior. Espera-se que as exportações permaneçam baixas até a chegada da nova safra em outubro.
(Por Juana Casas)
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS