Por Ted Hesson e Marisa Taylor
WASHINGTON, 14 Jun (Reuters) - O governo do presidente norte-americano, Donald Trump, orientou as autoridades de imigração a suspenderem em grande parte as operações em fazendas, hotéis, restaurantes e frigoríficos, segundo um email interno visto pela Reuters, um funcionário sênior de Trump e uma fonte familiarizada com o assunto.
A ordem para reduzir as investidas do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos veio do próprio Trump, segundo a fonte, e parece controlar uma exigência feita no final de maio pelo principal assessor da Casa Branca, Stephen Miller, para que as operações fossem mais agressivas.
Trump não estava ciente da extensão do esforço de fiscalização e "assim que isso chegou a ele, ele recuou", disse.
A nova diretriz, emitida na quinta-feira, ainda permite investigações de crimes graves, como o tráfico de pessoas. O New York Times noticiou primeiro a orientação.
Trump assumiu o cargo em janeiro prometendo deportar milhões de imigrantes que estão ilegalmente nos EUA. Mas embora Trump tenha estruturado o esforço em torno da remoção de criminosos graves, milhares de suspeitos de crimes imigratórios sem antecedentes criminais foram detidos nos últimos meses.
As táticas mais agressivas do serviço de imigração -- incluindo operações em Los Angeles -- geraram protestos e resistência dos democratas. Alguns parlamentares republicanos pediram ao governo que se concentrasse nos criminosos.
Trump disse na quinta-feira que emitiria um decreto em breve para tratar dos efeitos de sua repressão à imigração nos setores agrícola e hoteleiro do país, que dependem fortemente da mão de obra imigrante.
"Seguiremos a orientação do presidente e continuaremos a trabalhar para tirar os piores dos piores criminosos estrangeiros ilegais das ruas da América", disse em comunicado a porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Tricia McLaughlin, quando questionada sobre a nova orientação ao serviço de imigração.
(Reportagem de Ted Hesson e Marisa Taylor; reportagem adicional de Kristina Cooke em San Francisco, Ismail Shakil em Ottawa, Anusha Shah em Bengaluru)
((Tradução Redação São Paulo))
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