13 Jun (Reuters) - Os preços do petróleo subiram quase 9%, esta sexta-feira, para máximos de vários meses, após Israel ter lançado ataques contra o Irão, provocando uma retaliação iraniana e aumentando os receios sobre uma ruptura na oferta de petróleo do Médio Oriente.
Os futuros do petróleo Brent LCOc1 subiam 6,19 dólares, ou cerca de 8,9%, para os 75,55 dólares por barril às 1019 TMG, após atingir um máximo intra-diário de 78,50 dólares, o máximo desde 27 de Janeiro.
O petróleo West Texas Intermediate CLc1 subia 6,22 dólares, ou 9,1%, para os 74,26 dólares, após atingir os 77,62 dólares, o seu nível mais alto desde 21 de Janeiro.
Os ganhos desta sexta-feira foram os maiores movimentos intra-diários para ambos os contratos desde 2022, após a invasão da Rússia à Ucrânia ter causado um aumento nos preços da energia.
Israel disse, esta sexta-feira, que tinha como alvo as instalações nucleares do Irão, fábricas de mísseis balísticos e comandantes militares, no início do que alertou que seria uma operação prolongada para impedir Teerão de construir a arma nuclear, enquanto que o Irão prometeu uma resposta dura.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou o Irão a fazer um acordo sobre o seu programa nuclear, para pôr fim aos "próximos ataques já planeados".
A Companhia Nacional Iraniana de Refinação e Distribuição de Petróleo disse que as instalações de refinação e armazenamento de petróleo não foram danificadas e continuaram a funcionar.
O principal receio era saber se os últimos acontecimentos afectariam o Estreito de Ormuz, disse o analista do SEB, Ole Hvalbye. A principal via navegável já tinha estado em risco de ser afectada pelo aumento da volatilidade regional, mas até agora não foi afectada, disse Hvalbye.
Também não houve impacto no fluxo de petróleo na região até à data, acrescentou.
Cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo passa pelo estreito, ou seja, cerca de 18 a 19 milhões de barris por dia de petróleo, condensado e combustível.
Os analistas da empresa de consultoria Sparta Commodities afirmaram que quaisquer perturbações significativas na oferta de crude levariam a que os crudes ácidos saíssem das refinarias a um preço marginal, a favor dos crudes leves.
Na pior das hipóteses, os analistas do JPMorgan afirmaram, na quinta-feira, que o encerramento do estreito ou uma resposta de retaliação por parte dos principais países produtores de petróleo da região pode levar a que os preços do petróleo subam para 120 a 130 dólares por barril, quase o dobro da sua actual previsão base.
Texto integral em inglês: nL1N3SG00Q