LONDRES, 6 Mai (Reuters) - O petróleo ganhou mais de 1 dólar por barril, esta terça-feira, recuperando com base em factores técnicos e na caça às pechinchas, após uma decisão da OPEP+ de aumentar a produção ter feito descer os preços na sessão anterior, embora os receios sobre um excedente de mercado tenham persistido.
Os futuros do petróleo Brent LCOc1 subiam 1,31 dólares, ou 2,2%, para os 61,54 dólares por barril às 0755 TMG, o primeiro ganho após seis quedas consecutivas, enquanto que o petróleo West Texas Intermediate CLc1 subia 1,26 dólares, ou 2,2%, para os 58,39 dólares por barril.
Ambas as referências fixaram-se no seu nível mais baixo desde Fevereiro de 2021 na segunda-feira, impulsionados por uma decisão da OPEP+ no fim-de-semana de acelerar ainda mais os aumentos da produção de petróleo pelo segundo mês consecutivo.
Impulsionado pelas expectativas de que a produção excederá o consumo, o petróleo perdeu mais de 10% em seis sessões consecutivas e caiu mais de 20% desde Abril, quando os choques tarifários do presidente nortte-americano, Donald Trump, levaram a um aumento das apostas numa desaceleração da economia global.
O regresso dos intervenientes no mercado chinês após um feriado de cinco dias desde 1 de Maio também foi visto a apoiar os preços esta terça-feira.
Os últimos preços oficiais de venda do petróleo da Arábia Saudita, divulgados pela Reuters na segunda-feira, também deram algum apoio, de acordo com Giovanni Staunovo, analista de 'commodities' da UBS. Os preços foram reduzidos de forma modesta.
Uma publicação de dados mostrou uma recuperação no crescimento do sector dos serviços nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial de petróleo, com o aumento das encomendas.
O Institute for Supply Management (ISM) disse, na segunda-feira, que o seu índice de gestores de compras (PMI) aumentou para 51,6 no mês passado face aos 50,8 em Março. Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI de serviços caísse para 50,2.
A Reserva Federal dos Estados Unidos deverá deixar as taxas de juro inalteradas na quarta-feira, já que as tarifas perturbam as perspectivas económicas.
O Barclays reduziu a sua previsão do petróleo Brent na segunda-feira em 4 dólares para os 70 dólares por barril para 2025 e definiu a sua estimativa para 2026 em 62 dólares por barril, ao referir "um caminho difícil à frente para os fundamentos" por entre a escalada das tensões comerciais e a mudança da OPEP+ na sua estratégia de produção.
A Goldman Sachs também baixou a sua previsão dos preços do petróleo na segunda-feira em 2 a 3 dólares por barril, já que espera agora um novo aumento da produção de 400.000 barris por dia por parte da OPEP+ em Julho.