Por Colleen Howe
PEQUIM, 30 Abr (Reuters) - Os fabricantes de equipamentos de energia solar da China divulgaram perdas nesta semana, enquanto a guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, pressiona ainda mais a demanda em um setor no qual os principais fabricantes já estavam enfrentando preços baixos e tarifas sobre exportações aos Estados Unidos.
Os principais produtores da cadeia solar, Longi Green Energy 601012.SS e JinkoSolar 688233.SS, JKS.N, relataram um prejuízo líquido de 1,4 bilhão de iuanes (US$193 milhões) no primeiro trimestre, enquanto os prejuízos de seus pares JA Solar 002459.SZ e Trina Solar 688599.SS totalizaram 1,6 bilhão de iuanes e 1,3 bilhão de iuanes, respectivamente.
A Longi, que também teve um prejuízo líquido de 8,6 bilhões de iuanes em 2024, disse a analistas em uma conferência que a demanda por produtos solares deveria ficar estável ano a ano em 2025.
"Durante o trimestre, os preços da cadeia de suprimentos da indústria solar estavam em nível baixo, combinados com as políticas de comércio exterior que impactam a demanda, todos os segmentos da indústria estavam sob pressão", disse a Jinko, cujas perdas aumentaram frente ao quarto trimestre do ano passado.
As vendas de produtos solares da empresa, incluindo wafer de silício, células e módulos solares, caíram 12,68% em relação ao ano anterior, para 19.130 megawatts no trimestre.
A Jinko disse que viu um crescimento mais rápido nas regiões da Ásia-Pacífico e da África, embora a China, os EUA e a Europa continuem sendo os maiores mercados.
Mesmo antes da guerra comercial de Trump, com a imposição de tarifas de 145% sobre as importações de produtos chineses, as exportações de equipamentos solares da China já vinham enfrentando tarifas nos EUA, o segundo maior mercado solar depois da China.
Como resultado, os fabricantes chineses estabeleceram bases de produção em países do Sudeste Asiático -- locais que os fabricantes dos EUA depois atacaram com processos comerciais, alegando que estavam inundando o mercado norte-americano com produtos baratos.
Em resposta a um desses casos, os EUA concretizaram na semana passada a imposição de tarifas de até 3.500% sobre produtos solares de fabricantes chineses com fábricas na Malásia, Camboja, Tailândia e Vietnã.
Os EUA representaram cerca de 5% das vendas da Jinko no trimestre, disse a empresa na conferência com investidores.
Além dos produtos solares, as tarifas também estavam tornando proibitivamente cara a venda de sistemas de armazenamento de baterias para os EUA, disse a Jinko aos investidores.
(Reportagem de Colleen Howe)
((Tradução Redação São Paulo))
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