Por Tom Polansek e Savyata Mishra
29 Abr (Reuters) - A China, o maior consumidor de carne suína do mundo, não é mais um mercado viável para o principal processador de carne suína dos EUA, a Smithfield Foods SFD.O, devido às tarifas retaliatórias de Pequim, disseram executivos da empresa na terça-feira.
A disrupção mostra como a guerra tarifária, deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está alterando o comércio global e forçando mudanças em uma importante empresa de alimentos que paga aos fazendeiros americanos para criar porcos que são abatidos para a produção de carne.
A China aumentou suas tarifas sobre as importações de produtos dos EUA neste mês, reagindo à decisão de Trump de cobrar tarifas mais altas.
As tarifas adicionais de Pequim elevaram a taxa efetiva de impostos da China sobre a carne suína dos EUA para 172%, de acordo com dados do setor.
"Como a China não está mais disponível, tivemos que mudar o rumo de nossos negócios", disse o CEO da Smithfield, Shane Smith, em uma teleconferência de resultados trimestrais.
A Smithfield, que abriu seu capital em janeiro, registrou um aumento de 9,5% nas vendas totais, para US$3,77 bilhões no primeiro trimestre, encerrado em 30 de março. Os analistas esperavam US$3,62 bilhões, de acordo com dados da LSEG.
A China representa cerca de 3% das vendas da Smithfield, disse Smith. A empresa disse que envia miúdos suínos para a China, como estômagos, corações e cabeças de porco, que os consumidores dos EUA geralmente não comem.
"Embora seja importante, acreditamos que temos outras opções", disse ele na terça-feira.
A Smithfield exporta para mais de 30 países, de acordo com a empresa, uma subsidiária indireta do WH Group 0288.HK, sediado em Hong Kong. A empresa informou que as exportações representaram 13% das vendas no ano passado.
Os EUA exportaram cerca de US$1,1 bilhão em produtos suínos para a China em 2024, segundo dados do governo dos EUA.
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS