LONDRES, 8 Abr (Reuters) - Os preços do petróleo estabilizaram, esta terça-feira, mas mantiveram-se perto de mínimos de quatro anos, com a recuperação dos mercados accionistas a ser ultrapassada pelos receios de recessão, agravados pelo conflito comercial entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo.
Os futuros do Brent LCOc1 subiam 0,33 dólares, ou 0,5%, para os 64,54 dólares por barril às 1300 TMG. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate CLc1 subiam 0,41 dólares, ou 0,7%, para os 61,11 dólares.
As duas referências caíram 14% e 15%, respectivamente, na segunda-feira, após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 2 de Abril, de "tarifas recíprocas" sobre todas as importações.
Esta terça-feira, Pequim prometeu não se curvar ao que chamou de "chantagem" dos Estados Unidos, após Trump ter ameaçado uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses se o país não levantasse sua tarifa de retaliação de 34%.
O Ministério do Comércio da China disse que o país "vai lutar até ao fim", aumentando os receios sobre a economia global.
"Dado este tom cada vez mais hostil, o risco de recessão continua a aumentar, o que, por sua vez, diminui as perspectivas da procura mundial de petróleo", afirmou o analista da SEB, Ole Hvalbye.
Entretanto, a UE propôs contra-tarifas de 25% sobre uma série de produtos dos Estados Unidos em resposta às tarifas norte-americanas sobre o aço e o alumínio.
Os preços do petróleo subiram 1% no início das negociações, o que Warren Patterson, do ING, descreveu como um 'rally' de alívio ajudado por mercados accionistas mais estáveis.
"O mercado vendeu fortemente nos últimos dias, já que começa a avaliar um impacto significativo na procura. No entanto, a quantidade de procura que vamos ver ainda não é muito clara", afirmou.
O Presidente Trump também fez um anúncio surpresa na segunda-feira de que os Estados Unidos e o Irão estavam prontos para iniciar conversações directas sobre o programa nuclear de Teerão, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão disse que as discussões seriam indirectas.
Uma pesquisa preliminar da Reuters mostrou, na segunda-feira, que os inventários de crude e destilados dos Estados Unidos devem ter aumentado na semana passada em cerca de 1,6 milhão de barris, indicando expectativas do mercado de fraca procura.
Os dados semanais sobre os inventários serão divulgados pelo grupo industrial American Petroleum Institute, esta terça-feira, sendo que os dados oficiais da Administração de Informação de Energia serão divulgados na quarta-feira.
Texto integral em inglês: nL2N3QL1AR