BANGUECOQUE, 3 Abr (Reuters) - O número de mortos do devastador terramoto de Myanmar ultrapassou os 3.000, com centenas de desaparecidos, enquanto que as previsões de chuva fora de época representam um novo desafio para socorristas e trabalhadores humanitários que tentam chegar às populações de um país dilacerado pela guerra civil.
O terramoto de 7,7 graus de magnitude da passada sexta-feira, um dos mais fortes do século neste país do Sudeste Asiático, abalou uma região onde vivem 28 milhões de pessoas, derrubando edifícios, arrasando comunidades e deixando muitas pessoas sem comida, água e abrigo.
A embaixada de Myanmar no Japão informou no Facebook que o número de mortos subiu para 3.003 na quarta-feira, com 4.515 feridos e 351 desaparecidos, enquanto que as equipas de salvamento se esforçam por encontrar mais pessoas.
Mas as condições poderão tornar-se ainda mais difíceis para o enorme esforço de socorro, após responsáveis pela meteorologia terem avisado que a chuva não sazonal de domingo a 11 de Abril poderá ameaçar as áreas mais afectadas pelo terramoto, como Mandalay, Sagaing e a capital Naypyidaw.
"A chuva está a chegar e ainda há muitos soterrados", disse à Reuters um trabalhador humanitário em Myanmar. "E em Mandalay, especialmente, se começar a chover, as pessoas que estão soterradas vão afogar-se, mesmo que tenham sobrevivido até agora".
A embaixada do Japão acrescentou que foram enviados 53 transportes aéreos de ajuda para Myanmar, enquanto mais de 1.900 trabalhadores de resgate chegaram de 15 países, incluindo os vizinhos do Sudeste Asiático, bem como China, Índia e Rússia.
Apesar da devastação, o chefe da junta militar, Min Aung Hlaing, deixará o país atingido pela catástrofe na quinta-feira para uma rara viagem a uma cimeira regional em Banguecoque, informou a televisão estatal.
Trata-se de uma visita ao estrangeiro invulgar para um general considerado um pária por muitos países e objecto de sanções ocidentais e de uma investigação do Tribunal Penal Internacional.
Texto integral em inglês: nL3N3QH0CJ