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Indicado para chefe de comércio de Trump, Greer diz que tarifa universal precisa de mais estudos

Reuters6 de fev de 2025 às 22:20

Texto atualizado com mais informações

Por Bo Erickson

- Jamieson Greer, indicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como representante comercial do país, afirmou nesta quinta-feira que uma tarifa universal precisa de mais estudos, para aferir seu impacto no crescimento dos déficits comerciais norte-americanos, alertando que outros países precisam baixar suas barreiras de importação para terem acesso ao mercado norte-americano.

Greer afirmou durante audiência no Senado que a promessa de campanha de Trump de impor uma tarifa universal de pelo menos 10% será examinada de acordo com um memorando do dia da posse, que solicita um relatório até o dia 1º de abril.

Ele afirmou que o estudo também examinará o impacto do crescente déficit comercial norte-americano, que na quarta-feira chegou a um recorde de 1,2 trilhão de dólares para todo o ano de 2024, com aumento das importações.

“Parte da questão é quão grande déficit comercial nós queremos, porque o déficit comercial representa, em grande parte, os empregos na manufatura, que migraram para o exterior”, afirmou Greer ao Comitê de Finanças do Senado.

“Uma tarifa universal é algo que deve ser estudado e considerado, para ver se pode reverter a direção desse déficit e da saída” de empregos, disse Greer, um advogado do setor comercial que foi chefe de gabinete do representante comercial dos EUA no primeiro governo Trump, Robert Lighthizer.

Como Lighthizer, Greer quer obter menores déficits comerciais e tratamento igualitário entre EUA e seus parceiros comerciais.

Ele afirmou ser “um grande problema” que os déficits comerciais com alguns países estejam crescendo, como Vietnã, que possui grandes barreiras tarifárias e não-tarifárias.

O déficit comercial dos EUA com o Vietnã cresceu 18% no ano passado, para 123,5 bilhões de dólares, segundo dados do Escritório do Censo. Em parte, isso aconteceu pelo fato de empresas terem tirado sua produção da China para escapar das tarifas impostas no primeiro governo Trump.

Se for confirmado pelo Senado, Greer disse que avaliaria “bem rápido” práticas injustas de outros países que mantêm grandes desequilíbrios comerciais com os EUA, “e explicaria para eles que, se quiserem continuar tendo acesso ao mercado dos Estados Unidos, precisamos de mais reciprocidade”.

Perguntado sobre as ameaças iniciais de Trump de impor tarifas contra Canadá e México e novas taxas de 10% contra importações chinesas, Greer disse que o objetivo desses acordos era interromper o fluxo de fentanil para os EUA e conter a imigração ilegal. Trump afirmou, algumas vezes, que sua meta era diminuir os déficits comerciais e aumentar as receitas.

“A ação sobre a qual o presidente fala é acerca do fentanil”, disse. “Não queremos mais uma morte sequer por causa do fentanil. Um quilo de fentanil pode matar 50 mil pessoas, dizem alguns cálculos. Não podemos ter isso, e precisamos ter um acordo sobre isso.”

Sobre o relacionamento comercial dos EUA com a China, disse que precisa se tornar equilibrado, e que isso exigiria mais do que uma redução das tarifas chinesas, mas também diminuir as barreiras não-tarifárias.

(Reportagem de David Lawder e Andrea Shalal; reportagem adicional de Bo Erickson)

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

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