Adiciona contexto nos parágrafos 3, 7, 15-16, comentários do Ministério da Agricultura do Brasil nos parágrafos 8-9, comentários da empresa nos parágrafos 10-11, comentários do comerciante nos parágrafos 17-18
Por Laurie Chen e Mei Mei Chu e Ella Cao e Naveen Thukral e Ana Mano
PEQUIM/SÃO PAULO, 23 Jan (Reuters) - A China, maior compradora de soja do mundo, parou de receber embarques de soja brasileira de cinco empresas após as cargas não atenderem aos requisitos de sanidade vegetal, de acordo com um comunicado do governo brasileiro confirmando o que a Reuters havia apurado de duas fontes na quarta-feira.
O relacionado com a fitossanidade A suspensão ocorre no momento em que o Brasil vem reforçando sua participação no maior mercado de soja do mundo às custas do segundo maior exportador, os Estados Unidos.
É também uma reviravolta inesperada na cadeia de abastecimento agrícola global, uma vez que as ameaças do presidente dos EUA, Donald J. Trump, de renovar a (link) tarifas contra importações chinesas aumentaram as tensões geopolíticas entre as duas maiores economias do mundo.
O Ministério da Agricultura do Brasil informou que a notificação de “não conformidade” recebida da Administração Geral de Alfândegas da China(GACC) refere-se a cinco empresas brasileiras, que o ministério não nomeou.
Uma das fontes disse à Reuters que desde 8 de janeiro o Brasil suspendeu os embarques para a China da Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C.Vale Cooperativa Agroindustrial.
Em 14 de janeiro, a alfândega chinesa suspendeu as remessas da Cargill Agricola SA e da ADM do Brasil, acrescentou a fonte.
Olam, Cargill e ADM juntas foram responsáveis por cerca de 30% dos mais de 73 milhões de toneladas de soja enviadas do Brasil para a China em 2024, de acordo com dados da empresa de transporte Cargonave Group.
No entanto, o Ministério da Agricultura do Brasil disse que apenas um pequeno volume de soja foi afetado e o impacto nas exportações do país foi mínimo.
"As unidades das empresas foram suspensas, mas outras unidades das mesmas empresas podem continuar exportando", disse Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.
A Archer-Daniels-Midland Co ADM.N, empresa controladora da ADM do Brasil, não quis comentar. A Cargill, gigante de capital fechado do comércio de grãos dos EUA e controladora da Cargill Agricola SA, não respondeu a um pedido de comentário.
Juliana Basso de Araújo, proprietária da Terra Roxa Comércio de Cereais, não quis comentar. As empresas controladoras das outras duas empresas afetadas não responderam aos pedidos de comentários da Reuters.
O GACC da China não respondeu a um pedido de comentário.
"Quando tentamos processar o desembaraço no site da alfândega para a soja enviada por essas cinco empresas, não conseguimos prosseguir", disse uma segunda fonte, um trader de uma processadora de soja sediada na China.
Os países normalmente exigem que produtos agrícolas importados ou exportados sejam inspecionados para garantir que estejam livres de pragas e doenças, a fim de proteger o suprimento local de alimentos.
ATRASO ANTECIPADO ANTES DE PICOS DE CARREGAMENTO
Os embarques de exportação de soja brasileira permanecem sazonalmente leves no início da colheita sul-americana. Mas os carregamentos devem aumentar nas próximas semanas, à medida que mais da safra colhida for movida para o mercado, ponto em que as suspensões podem ser muito mais perturbadoras, disseram analistas de mercado.
Alguns analistas questionaram o momento das suspensões, tão perto da posse de Trump.
A China pode querer desacelerar os embarques do Brasil para esperar que as margens de esmagamento melhorem após fazer grandes compras ou para dar espaço a Pequim para fechar um acordo comercial com Washington que pode incluir compras de soja dos EUA, disse Jim Gerlach, presidente da corretora norte-americana A/C Trading.
"Poderia ser algo para dar a Xi(Jinping) uma oportunidade de comprar grãos dos EUA para colocar em reserva e obter alguma boa vontade", disse Gerlach.
O Ministério da Agricultura do Brasil disse que o GACC detectou a presença de pesticidas e pragas em uma inspeção de rotina de cargas.
"A suspensão temporária das unidades das empresas foi comunicada previamente pela GACC à parte brasileira, demonstrando confiança no sistema de inspeção brasileiro e na solidez do trabalho realizado pelo governo brasileiro e pelos exportadores", disse o ministério.
O ministério disse que as exportações totais de soja do Brasil para a China "não serão afetadas", acrescentando que fornecerá as informações necessárias para que a China suspenda as suspensões temporárias.
Não ficou claro quantas cargas e volumes foram afetados pelas não conformidades, já que o governo brasileiro não forneceu detalhes adicionais. Também não ficou claro quanto tempo a suspensão duraria, embora os operadores esperassem que fosse de curto prazo.
A China, que compra mais de 60% da soja enviada ao redor do mundo, agora recebe mais de 70% de suas importações da oleaginosa do Brasil, consumindo participação de mercado dos EUA.
"Estamos levando isso a sério", disse um funcionário de uma das empresas afetadas à Reuters. Ele não quis ser identificado devido à sensibilidade do assunto.
A China importou um recorde de 105 milhões de toneladas métricas (link) de soja em 2024.
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