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PETRÓLEO-Preços saltam com esperado golpe em fornecimentos russos à China e à Índia

Reuters13 de jan de 2025 às 11:51

- O petróleo prolongou os seus ganhos pela terceira sessão, esta segunda-feira, com o Brent a subir acima dos 80 dólares por barril, atingindo o seu máximo em mais de quatro meses, impulsionado por sanções norte-americanas mais amplas sobre o petróleo russo e os efeitos esperados sobre as exportações para os principais compradores, Índia e China.

Os futuros do petróleo Brent LCOc1 subiam 1,20 dólares, ou 1,5%, para os 80,96 dólares por barril às 1022 TMG, após atingir no seu máximo desde 27 de Agosto nos 81,49 dólares.

O petróleo West Texas Intermediate CLc1 subia 1,30 dólares, ou 1,7%, para os 77,87 por barril, após atingir o seu máximo desde 15 de Agosto nos 78,58 dólares.

O Brent e o WTI subiram cerca de 6% desde 8 de Janeiro, saltando na sexta-feira, após o Tesouro dos Estados Unidos ter imposto sanções mais amplas sobre o petróleo russo. As novas sanções incluíram os produtores Gazprom Neft SIBN.MM e Surgutneftegaz SNGS.MM, bem como 183 navios que transportaram petróleo russo, visando as receitas que Moscovo utilizou para financiar a sua guerra com a Ucrânia.

As exportações russas de petróleo serão gravemente afectadas pelas novas sanções, levando a China e a Índia a abastecerem-se de mais crude no Médio Oriente, África e Américas, o que aumentará os preços e os custos de transporte, segundo traders e analistas.

A Goldman Sachs estimou que os navios visados pelas novas sanções transportaram 1,7 milhões de barris por dia de petróleo em 2024, ou seja, 25% das exportações da Rússia. O banco espera cada vez mais que a sua projecção de um intervalo entre 70 e 85 dólares para o Brent se incline para o lado positivo, escreveram os seus analistas numa nota.

As expectativas de uma oferta mais apertada também empurraram o Brent LCOc1-LCOc2 e os spreads mensais do WTI CLc1-CLc2 para o seu maior "backwardation" desde o terceiro trimestre de 2024. O "backwardation" é uma estrutura de mercado em que os preços imediatos são mais altos que os dos meses futuros, indicando uma oferta restrita.

Os analistas da RBC Capital Markets disseram que a duplicação dos petroleiros sancionados para transportar barris russos pode ser um grande problema logístico que afecta os fluxos de petróleo.

O cartel OPEP+, que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e um grupo de produtores liderados pela Rússia, está a reter 5,86 milhões de barris por dia, cerca de 5,7% da procura global.

Muitos dos petroleiros designados nas últimas sanções foram utilizados para transportar petróleo para a Índia e a China, após as anteriores sanções ocidentais e de um limite de preços imposto pelo Grupo dos Sete países em 2022 ter deslocado o comércio de petróleo russo da Europa para a Ásia. Alguns dos navios também transportaram petróleo do Irão, que também está sob sanções.

Segundo os analistas da JPMorgan, a Rússia tem alguma margem de manobra apesar das novas sanções, mas terá de adquirir petroleiros não sancionados ou oferecer crude a 60 dólares por barril ou menos para poder utilizar os seguros ocidentais, tal como estipulado pelo limite de preços do Ocidente.

Texto integral em inglês: nL1N3O9002

(Por Anna Hirtenstein; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdamsk Newsroom)

((gdansk.newsroom@thomsonreuters.com ; +48 58 769 66 00))

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