Por Robert Harvey
LONDRES, 31 Dez (Reuters) - Os preços do petróleo estavam a caminho de terminar 2024 com um segundo ano consecutivo de perdas, embora tenham subido, esta terça-feira, após dados terem mostrado que a actividade manufactureira na China se expandiu em Dezembro.
Os futuros do petróleo Brent LCOc1 subiam 0,54 dólares, ou 0,73%, para os 74,53 dólares por barril às 1107 GMT. O petróleo West Texas Intermediate CLc1 ganhava 0,57 dólares, ou 0,8%, para os 71,56 dólares por barril.
Nesses níveis, o Brent caiu cerca de 3,3% face ao preço final de fecho de 2023, de 77,04 dólares, enquanto que o WTI praticamente não regista mudanças face ao preço de 29 de Dezembro do ano passado, de 71,65 dólares.
Em Setembro, os futuros do Brent fecharam abaixo dos 70 dólares por barril pela primeira vez desde Dezembro de 2021, enquanto que o seu preço de fecho mais alto de 2024 de 91,17 dólares também foi o mais baixo desde 2021, numa altura em que os impactos de uma recuperação pós-pandemia na procura e choques de preços da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 começaram a desaparecer.
Uma perspectiva de procura mais fraca na China, em particular, forçou tanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como a Agência Internacional de Energia (AIE) a reduzir as suas expectativas de crescimento da procura de petróleo para 2024 e 2025.
Com a oferta não-OPEP também a aumentar, a AIE considera que o mercado petrolífero entrará em 2025 num estado de excedentário, mesmo após a OPEP e os seus aliados terem adiado o seu plano de começar a aumentar a produção até Abril de 2025, num contexto de queda de preços.
Os investidores estarão também atentos às perspectivas de redução das taxas da Reserva Federal para 2025, após os decisores de política deste banco central terem projectado, no início deste mês, uma trajectória mais lenta devido à inflação teimosamente elevada.
As taxas de juro mais baixas incentivam geralmente a contracção de empréstimos e fomentam o crescimento, o que, por sua vez, deverá impulsionar a procura de petróleo.
Os mercados estão também a preparar-se para as políticas do Presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, à volta de uma regulamentação mais flexível, cortes de impostos, aumentos de tarifas e uma imigração mais apertada, que se espera que sejam tanto pró-crescimento como inflacionistas.
Os investidores também estarão a ponderar os potenciais impactos nos preços do petróleo dos apelos de Trump a um cessar-fogo imediato na guerra Rússia-Ucrânia, bem como a possível reimposição da chamada política de "pressão máxima" em relação ao Irão.
Os preços do petróleo subiram esta terça-feira, com a actividade manufactureira da China a expandir-se pelo terceiro mês consecutivo em Dezembro, mas a um ritmo mais lento, mostrou um inquérito oficial às fábricas esta terça-feira, o que sugere que a explosão de novos estímulos está a ajudar a apoiar a segunda maior economia do mundo.
A China também emitiu pelo menos 152,49 milhões de toneladas métricas de cotas de importação de crude num segundo lote para 2025, disseram várias fontes na segunda-feira, elevando o total do próximo ano para 158,33 milhões de toneladas, menos que as 182,69 milhões de toneladas em 2024.
Texto integral em inglês: nL1N3NW02V
(Por Robert Harvey; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdansk Newsroom)
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