Por Mike Stone
22 Jul (Reuters) - A RTX RTX.N cortou sua previsão de lucro para 2025 na terça-feira, já que a gigante aeroespacial e de defesa foi afetada pela guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, apesar da forte demanda por seus motores e serviços de pós-venda.
As ações da empresa caíram 3,8% no pré-mercado.
A imposição de tarifas sobre importações de alumínio e aço por Trump envolveu os mercados com incerteza, ameaçando aumentar a pressão sobre uma cadeia de suprimentos já sobrecarregada.
"Não vimos nenhum impacto significativo em nossos sinais de demanda", disse Neil Mitchill, diretor financeiro da RTX, em entrevista. "Mas, no longo prazo, esperamos ver alguma pressão sobre os preços e outros custos nas empresas, à medida que buscamos nos recuperar desse obstáculo."
A RTX havia alertado sobre um impacto de US$ 850 milhões na guerra comercial, embora isso se baseasse na suposição de que as tarifas sobre aço e alumínio permaneceriam em 25%, as tarifas sobre a China permaneceriam em 145% e as tarifas recíprocas globais permaneceriam em 10%.
Desde então, os impostos sobre aço e alumínio dobraram para 50% e Trump revelou novas tarifas sobre a maioria dos parceiros comerciais, mas as sobre a China foram reduzidas significativamente.
A RTX agora espera lucro ajustado entre US$ 5,80 e US$ 5,95 por ação para 2025, abaixo da previsão anterior de US$ 6,00 e US$ 6,15 por ação.
Os prestadores de serviços de manutenção e reparo de aeronaves comerciais apostaram na escassez de novos jatos, já que atrasos na produção forçam as companhias aéreas a operar uma frota mais antiga e cara.
A demanda em seus negócios de defesa permaneceu forte diante das crescentes tensões geopolíticas em todo o mundo. Os sistemas de defesa aérea Patriot da RTX têm sido amplamente utilizados no campo de batalha na Ucrânia para combater ameaças de mísseis da Rússia.
A Raytheon, unidade de defesa da RTX, relatou vendas que aumentaram 8%, para US$ 7 bilhões no segundo trimestre.
A empresa aumentou sua previsão de vendas ajustadas para 2025 para entre US$ 84,75 e US$ 85,5 bilhões, de US$ 83 bilhões para US$ 84 bilhões.
A unidade Pratt and Whitney da RTX, que produz motores para os jatos A320neo da Airbus e concorre com a CFM International, viu as vendas aumentarem 12%.
A Pratt tem enfrentado problemas de produção nos últimos anos e está no meio de uma campanha de inspeção para componentes potencialmente defeituosos em seus motores turbofan com engrenagens, que deixaram centenas de aviões em solo nos últimos meses.
A empresa sediada em Arlington, Virgínia, relatou um aumento de 9% na receita total, para US$ 21,6 bilhões, em comparação com a estimativa média dos analistas de US$ 20,63 bilhões, de acordo com dados compilados pela LSEG.
O lucro ajustado por ação foi de US$ 1,56 no trimestre. Analistas esperavam US$ 1,44.