9 Jun (Reuters) - A Warner Bros Discovery (WBD) WBD.O disse, esta segunda-feira, que iria dividir-se em duas empresas, separando os seus estúdios e o negócio de 'streaming' das suas redes de televisão por cabo, num altura em que a empresa-mãe da HBO e da CNN procura competir melhor na era do 'streaming'.
O desmembramento é o mais recente sinal do grande desfazer de décadas de consolidação dos 'media' que criaram conglomerados globais que abrangem a criação de conteúdos, a distribuição e, em alguns casos, as telecomunicações.
A redefinição estratégica proporcionará à unidade de 'streaming' da Warner Bros Discovery mais espaço para se expandir, produzindo conteúdos de sucesso dos estúdios sem ser sobrecarregada pelo declínio do negócio das redes por cabo.
O seu CEO David Zaslav dirigirá as actividades de 'streaming' e de estúdios após a separação, enquanto o CFO Gunnar Wiedenfels dirigirá a unidade de redes globais.
"Ao operar como duas empresas distintas e optimizadas no futuro, estamos a capacitar estas marcas icónicas com o foco mais nítido e a flexibilidade estratégica de que necessitam para competir de forma mais eficaz no actual panorama mediático em evolução", afirmou Zaslav.
A separação da empresa formada a partir de uma fusão entre a WarnerMedia e a Discovery em 2022 será estruturada como uma transacção isenta de impostos e deverá ser concluída em meados de 2026. As acções da WBD subiram quase 6% nas negociações pré-abertura.
A empresa tinha lançado as bases para uma possível venda ou cisão dos seus activos de televisão por cabo em declínio em Dezembro, anunciando uma separação das suas operações de 'streaming' e de estúdio.
A separação alinhará a empresa com a Comcast, que está a cindir a maior parte das suas redes de televisão por cabo, como a MSNBC e a CNBC.
Jessica Reif Ehrlich, analista de investigação do Bank of America, afirmou que os activos de televisão por cabo da Warner Bros Discovery são um "parceiro muito lógico" para a nova empresa 'spin-off' da Comcast.
A WBD também disse, esta segunda-feira, que lançou ofertas públicas para reestruturar a sua dívida actual, financiada por um empréstimo-ponte de 17,5 mil milhões de dólares concedido pelo J.P. Morgan.
Espera-se que o empréstimo-ponte seja refinanciado antes da separação planeada, disse, acrescentando que as redes globais mantêm uma participação de até 20% em 'streaming' e estúdios, que planeia monetizar para reduzir ainda mais a dívida.
A J.P. Morgan e a Evercore estão a aconselhar a WBD sobre o negócio, enquanto que a Kirkland & Ellis está a prestar aconselhamento jurídico.
Texto integral em inglês: nL4N3SC0QD