SÃO PAULO, 5 Jun (Reuters) - A fabricante brasileira de celulose Suzano financiará sua aquisição de US$ 1,73 bilhão de uma participação de 51% no negócio internacional de tissue da Kimberly-Clark com reservas de caixa, sem precisar de financiamento adicional, disseram executivos na quinta-feira.
O presidente-executivo Beto Abreu disse à Reuters que o acordo, anunciado na quinta-feira, terá um impacto "quase imperceptível" nos níveis de endividamento da empresa. O diretor financeiro Marcos Assumpção afirmou que a Suzano possui reservas de caixa suficientes para concluir a transação sem dívidas.
As ações da Suzano subiram 6,5%, tornando-se a maior ganhadora do índice de ações de referência do Brasil, a Bovespa, que caiu 0,3% por volta das 15h, horário local.(1800 GMT).
A Suzano espera fechar o negócio até meados de 2026. A empresa também terá a opção de comprar a participação acionária restante da Kimberly-Clark, a partir de três anos após o fechamento, sem prazo de validade.
Abreu disse que a Suzano optou por estruturar o negócio como uma joint venture em vez de uma aquisição direta para reduzir riscos, evitar assumir dívidas e combinar pontos fortes com a Kimberly-Clark.
A joint venture será constituída na Holanda e incluirá 22 instalações de fabricação na Europa, Ásia, Oriente Médio, América do Sul e Central, África e Oceania.
Os líderes do empreendimento ficarão baseados na Europa e a Suzano planeja se concentrar agora no desenvolvimento de sua estrutura de gestão, disse Abreu.
A Suzano planeja interromper as aquisições enquanto se concentra na otimização das operações comerciais existentes, disse ele.
O Itaú BBA afirmou que a estrutura de joint venture reduz os riscos de execução da Suzano em diferentes geografias.
O JP Morgan disse que a joint venture permitirá que a Suzano cresça, tornando-se a oitava maior produtora global de tissue.