Investing.com – O Morgan Stanley (NYSE:MS) enxerga poucos catalisadores domésticos neste ano, o que pode tornar o Brasil mais exposto a fatores globais, de acordo com relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta quarta-feira, 29 de janeiro. Apesar de enxergar poucas surpresas positivas no cenário fiscal, o banco vê espaço para que elas ocorram na atividade econômica.
“Tão poucos, de fato, que o mercado parece ter antecipado os debates sobre as eleições presidenciais, que ainda estão longe (outubro de 2026). De um modo geral, a ausência de fatores de impulso para este ano poderá fazer com que o Brasil esteja mais exposto a fatores globais, na nossa opinião”, apontou o banco em relatório.
Com a deterioração na percepção do mercado sobre o cenário das contas públicas brasileiras, economistas do banco entendem que o fiscal deve continuar em foco, mas eles não esperam anúncios de medidas fiscais significativas.
Após desidratação das medidas do pacote fiscal no Congresso, as estimativas de ajuste passaram de R$70 bilhões, conforme esperado pelo governo, para R$52 bilhões, segundo projeções do banco.
“O governo se concentrará na isenção do imposto de renda, mas as medidas compensatórias provavelmente ficarão aquém”, ressaltam os economistas Thiago Machado e Ana Madeira.
O mercado não acredita mais que as ferramentas disponibilizadas pelo governo são capazes de estabilizar a trajetória da dívida pública – cenário que reforça a preocupação do MS. Mesmo assim, o Morgan não espera novos anúncios até abril.
“A imprensa local tem noticiado um ambiente politicamente difícil para o governo aprovar aumentos de impostos no Congresso. Por outro lado, cortes significativos nas despesas também são improváveis, na nossa opinião, especialmente antes das eleições gerais de 2026”.
Possíveis medidas estruturais deveriam tornar o orçamento mais flexível, na visão do banco, reduzindo o percentual de despesas obrigatórias, hoje estimado em 90%.
Entre as medidas, o Morgan Stanley cita:
Como a segurança social e os gastos com pessoal representam as maiores despesas, medidas que atuem nestas frentes seriam mais expressivas, o que deve ser debatido após o retorno das atividades parlamentares no Congresso em fevereiro.
Os deputados e senadores devem abordar ainda a reforma sobre o imposto de renda, orçamentos deste e do próximo ano e a regulamentação de medidas que tornam os efeitos da reforma tributária como neutros.
O Morgan espera um déficit fiscal primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) parar 2025, com medidas de cortes e congelamentos insuficientes para atingir a meta de 0%. O banco ainda projeta que a taxa de juros Selic atinja um pico de 15,75% no terceiro trimestre e siga neste patamar até o final do ano.
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