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Cimeira sobre Ucrânia deixa em aberto caminho para a paz

Reuters19 de ago de 2025 às 11:17

- A Ucrânia e os seus aliados europeus ficaram encorajados pela promessa de Donald Trump de dar garantias de segurança a Kiev para ajudar a pôr fim à guerra na Ucrânia, mas enfrentam muitas perguntas sem resposta, incluindo a disponibilidade da Rússia para entrar no jogo.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, saudou a cimeira extraordinária de segunda-feira na Casa Branca com Trump como um "grande passo em frente" para pôr fim ao conflito mais mortífero dos últimos 80 anos na Europa e para organizar uma reunião trilateral com Vladimir Putin e o Presidente dos Estados Unidos nas próximas semanas.

Ladeado pelos líderes dos aliados, incluindo Alemanha, França e Reino Unido, na cimeira, o relacionamento caloroso de Zelenskiy com Trump contrastou fortemente com a sua desastrosa reunião na Sala Oval em Fevereiro.

Mas, para além do visível, o caminho para uma paz duradoura permanece profundamente incerto e Zelenskiy pode ser forçado a fazer compromissos dolorosos para acabar com uma guerra que, segundo os analistas, já matou ou feriu mais de um milhão de pessoas.

E apesar da sensação temporária de alívio em Kiev, os combates não abrandaram. A Rússia lançou 270 drones e 10 mísseis num ataque nocturno contra a Ucrânia, segundo a força aérea ucraniana, o maior deste mês, e o Ministério da Energia disse que a Rússia tinha atacado instalações energéticas na região central de Poltava, onde se encontra a única refinaria de petróleo da Ucrânia, provocando grandes incêndios.

"A boa notícia é que não houve nenhuma explosão (na Casa Branca). Trump não exigiu a capitulação ucraniana nem cortou o apoio. A música ambiente foi positiva e a aliança transatlântica continua viva", disse John Foreman, antigo adido de defesa britânico em Kiev e Moscovo, à Reuters.

"O lado negativo é que existe uma grande incerteza sobre a natureza das garantias de segurança e o que exactamente os Estados Unidos têm em mente".

Zelenskiy disse, esta terça-feira, que os seus responsáveis estão a trabalhar no conteúdo das garantias de segurança.

A Rússia não se comprometeu explicitamente com um encontro entre Putin e Zelenskiy. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse, esta terça-feira, que Moscovo não rejeita qualquer formato para discutir o processo de paz na Ucrânia, mas que qualquer reunião de líderes nacionais "deve ser preparada com o máximo rigor".

O Presidente Putin avisou que a Rússia não vai tolerar a presença de tropas da NATO em solo ucraniano. Também não mostrou sinais de recuar nas exigências de território, incluindo terras que não estão sob o controlo militar da Rússia, na sequência das suas próprias conversações na cimeira com Trump, na sexta-feira passada, no Alasca.

Trump não especificou a forma que as garantias de segurança dos Estados Unidos poderiam assumir e não insistiu que a Rússia concordasse com um cessar-fogo antes do início de quaisquer negociações de paz.

O Presidente norte-americano também disse à Ucrânia para esquecer a ideia de recuperar o controlo da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, ou de aderir à NATO.

Texto integral em inglês: nL8N3UB0AF

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