Por Maayan Lubell e Enas Alashray
JERUSALÉM/CAIRO, 16 Ago (Reuters) - Residentes da Faixa de Gaza receberão tendas e outros equipamentos de abrigo a partir de domingo, antes de serem transferidos das zonas de combate para zonas "seguras" no sul do enclave, disseram os militares israelenses neste sábado.
Isso ocorre dias depois de Israel ter dito que pretendia lançar uma nova ofensiva para assumir o controle da Cidade de Gaza, o maior centro urbano do enclave, em um plano que despertou o alarme internacional sobre o destino da região, onde vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse no domingo que, antes de lançar a ofensiva, a população civil será retirada para o que ele descreveu como "zonas seguras", chamando a Cidade de Gaza de último reduto do Hamas.
Os equipamentos serão transferidos através da passagem de Kerem Shalom, no sul de Gaza, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações internacionais de ajuda humanitária, depois de serem inspecionados pelo Ministério da Defesa, disseram os militares.
Os militares se recusaram a comentar quando perguntados se os equipamentos se destinavam à população da Cidade de Gaza, estimada em cerca de um milhão de pessoas atualmente, e se o local para o qual eles serão realocados no sul de Gaza seria a região de Rafah, que faz fronteira com o Egito.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse neste sábado que os planos para a nova ofensiva ainda estão sendo formulados.
No entanto, as Forças Israelenses já aumentaram as operações nos arredores da Cidade de Gaza na última semana. Moradores dos bairros de Zeitorun e Shejaia relataram que os ataques aéreos e de tanques israelenses destruíram muitas casas.
A guerra começou quando o Hamas atacou o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, de acordo com as autoridades israelenses, e 20 dos 50 reféns restantes em Gaza ainda estão vivos.
A ofensiva militar subsequente de Israel contra o Hamas matou mais de 61.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza. Também causou uma crise de fome, deslocou internamente a maior parte da população e deixou grande parte do enclave em ruínas.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
REUTERS FC