BRASÍLIA, 14 Ago (Reuters) - O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o plano de apoio a setores afetados pela tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros é suficiente neste momento, mas apontou que o governo pode avaliar novos aportes em fundos por fora da meta fiscal.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo divulgada nesta quinta-feira, Ceron disse que o projeto de lei complementar que propõe exceção à meta fiscal para o plano de socorro não fixa um teto para o montante de aportes em fundos garantidores que ficará fora das regras fiscais.
"Hoje, não [tem teto]. Pode eventualmente ter necessidade de algum aporte complementar. Isso é saudável que você faça, para não ter que ficar toda hora aprovando uma nova lei complementar", afirmou.
O secretário avaliou que o aporte previsto pelo governo em fundos, de R$4,5 bilhões, é "mais do que suficiente" para cumprir o objetivo buscado pela equipe econômica neste momento.
"Hoje não há nem intenção, nem necessidade de fazer aportes complementares, dentro do escopo do problema que nós temos hoje", disse.
"Claro que isso pode evoluir de um jeito ou de outro ao longo do tempo, e a gente pode ter que alterar, mas hoje, na nossa visão, esse conjunto de medidas tem potencial, do ponto de vista financeiro, de dar conta do problema."
Na entrevista, Ceron ainda afirmou que medidas de receita já encaminhadas pelo governo até o momento, como os ajustes de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e em títulos de investimento incentivados e o projeto sobre venda de excedente de petróleo, dão conta de atender os orçamentos de 2025 e 2026.
Ele também indicou que o governo não deve propor novas medidas de controle de despesas.
"Não adianta encaminhar uma medida só por encaminhar, sabendo que ela não vai ser aprovada. O apetite para fazer existe. Mas as janelas de oportunidade, de condições funcionais para aprovar, agora começam a ficar mais difíceis", afirmou.
(Redação de Brasília)