Por Bo Erickson e Patricia Zengerle
WASHINGTON, 18 Jul (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos EUA, controlada pelos republicanos, aprovou na sexta-feira o corte de financiamento de US$9 bilhões do presidente Donald Trump para a mídia pública e ajuda externa, enviando-o à Casa Branca para ser sancionado.
A Câmara votou por 216 a 213 a favor do pacote de corte de verbas, alterado pelo Senado nesta semana para excluir cortes de cerca de US$400 milhões em fundos para o programa global de prevenção de HIV/Aids PEPFAR.
Apenas dois republicanos da Câmara votaram contra o corte, os deputados Brian Fitzpatrick, da Pensilvânia, e Mike Turner, de Ohio, além dos democratas.
"Estamos dando um pequeno passo para cortar gastos supérfluos, mas um salto gigantesco em direção à sanidade fiscal", disse o deputado Aaron Bean, republicano da Flórida, que defende um pacote de corte de gastos semelhante da Casa Branca todos os meses.
O líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, rebateu que o corte de verbas "prejudica nossa capacidade de manter nosso povo seguro aqui e de projetar o poder brando dos EUA em todo o mundo", e argumentou que o acesso dos norte-americanos das áreas rurais a informações de emergência na rádio pública será reduzido.
A votação do financiamento foi adiada por horas em meio a discordâncias republicanas sobre outras legislações e apelos de alguns membros do partido por mais transparência do governo sobre o falecido criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein.
Para satisfazer as preocupações relacionadas a Epstein sem atrasar ainda mais o projeto de corte de verbas, os republicanos do Comitê de Regras da Câmara apresentaram uma resolução que exige a liberação dos documentos de Epstein pela procuradora-geral dos EUA em até 30 dias.
O governo Trump anunciou então que solicitará a um tribunal que permita a divulgação de documentos do grande júri no caso Epstein, depois que alguns dos apoiadores de Trump reagiram com fúria a um relatório concluindo que não havia provas para apoiar teorias de longa data sobre o caso.
Os republicanos dizem que os fundos de ajuda externa foram anteriormente destinados a programas que eles consideram um desperdício, e dizem que o US$1 bilhão em financiamento de mídia pública apoia estações de rádio e televisão que são tendenciosas contra pontos de vista conservadores.
((Tradução Redação São Paulo))
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