Por Kirsty Needham
SYDNEY, 13 Jul (Reuters) - A Austrália não prometerá tropas antecipadamente para nenhum conflito, disse o ministro da Indústria da Defesa, Pat Conroy, neste domingo, respondendo a um relatório de que o Pentágono pressionou seu aliado a esclarecer qual papel desempenharia se os Estados Unidos e a China entrassem em guerra por causa de Taiwan.
A Austrália prioriza sua soberania e "não discutimos hipóteses", disse Conroy em uma entrevista à Australian Broadcasting Corporation.
"A decisão de enviar tropas australianas para um conflito será tomada pelo governo do dia, não com antecedência, mas pelo governo do dia", disse ele.
O Financial Times informou no sábado que Elbridge Colby, subsecretário de defesa dos EUA para políticas, tem pressionado autoridades australianas e japonesas sobre o que fariam em um conflito em Taiwan, embora os EUA não ofereçam uma garantia de cheque em branco para defender Taiwan.
Colby postou no X que o Departamento de Defesa está implementando a agenda "America First" do presidente Donald Trump para restaurar a dissuasão, o que inclui "instar os aliados a aumentar seus gastos com defesa e outros esforços relacionados à nossa defesa coletiva".
A China reivindica Taiwan democraticamente governada como sua e não descartou o uso da força para colocar Taiwan sob seu controle. O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, rejeita as reivindicações de soberania da China, dizendo que somente o povo de Taiwan pode decidir seu futuro.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, falando em Xangai no início de uma visita de seis dias à China, que provavelmente se concentrará na segurança e no comércio, disse que Canberra não queria nenhuma mudança no status quo de Taiwan.
Conroy disse que a Austrália está preocupada com o acúmulo militar de forças nucleares e convencionais da China e deseja uma região do Indo-Pacífico equilibrada, onde nenhum país domine. Ele disse que a China estava buscando uma base militar no Pacífico, o que não era do interesse da Austrália.
(Reportagem de Kirsty Needham em Sydney)
((Tradução Redação Rio de Janeiro)) REUTERS MN