WASHINGTON, 28 Abr (Reuters) - O chefe de política do Partido Liberal Democrata, legenda no poder no Japão, pediu nesta segunda-feira ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reconsidere seus planos de adoção de tarifas recíprocas, dizendo que podem afetar negativamente a segurança do Indo-Pacífico.
O ex-ministro da Defesa Itsunori Onodera disse que Tóquio está particularmente preocupado com o efeito no Sudeste Asiático, demonstrado pela atual visita do primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba.
Em discurso no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, Onodera alertou que os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático, composta por 10 membros, "podem se tornar mais distantes" dos EUA por causa das tarifas.
"Essa é uma preocupação que temos", disse, por meio de um intérprete. "Espero que as tarifas de Trump sejam reconsideradas."
Trump atingiu o Japão com tarifas de 24% sobre suas exportações para os EUA e as nações da Asean também foram alvo, embora, como a maioria das taxas, tenham sido pausadas até julho para permitir negociações. Uma taxa universal de 10% permanece em vigor, assim como uma taxa de 25% sobre carros, um dos pilares da economia japonesa, que tem um alto índice de exportação.
O negociador comercial do Japão, Ryosei Akazawa, deve ir a Washington para uma segunda rodada de negociações nesta semana.
Onodera disse que a estabilidade no Leste Asiático exige que os EUA e o Japão ofereçam maior dissuasão, e acrescentou: "Esperamos que as tarifas de Trump não prejudiquem isso"
Para Onodera, Washington deve ter em mente o trabalho de manutenção que o Japão realiza nas embarcações navais dos EUA e outras colaborações de segurança em meio ao aumento das tensões e ameaças representadas por China, Rússia e Coreia do Norte.
Ele afirma que o Japão é o investidor estrangeiro número 1 nos EUA, criando muitos empregos e exportações americanas, e advertiu: "Com as tarifas de Trump, as empresas japonesas podem ser enfraquecidas. Se isso acontecer, elas não terão a mesma capacidade de investir nos EUA."
(Reportagem de David Brunnstrom)
((Tradução Redação Brasília))
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