LONDRES, 22 Jan (Reuters) - O príncipe Harry reivindicou a vitória em sua longa batalha legal contra o grupo jornalístico britânico de Rupert Murdoch, após chegar a um acordo para resolver seu processo (link) que incluiu um pedido de desculpas por ações ilegais relacionadas ao Sun pela primeira vez.
Aqui estão os detalhes do caso:
DO QUE SE TRATAVA O CASO?
Harry estava processando o News Group Newspapers(NGN) sobre supostas atividades ilegais realizadas por jornalistas e investigadores particulares que trabalhavam para seus jornais, The Sun e o extinto News of the World, de 1996 a 2011.
O príncipe e o ex-parlamentar britânico Tom Watson foram os únicos dois requerentes que permaneceram no tribunal, depois que outros chegaram a um acordo, incluindo o ator Hugh Grant, que relutantemente fez um acordo. (link).
A NGN, que é de propriedade da News Corp NWSA.O, resolveu reivindicações de mais de 1.300 pessoas, incluindo celebridades, políticos e figuras esportivas.
A editora fechou o News of the World em 2011, depois que o escândalo de grampos telefônicos surgiu, mas sempre negou as alegações de atividade ilegal no The Sun – até quarta-feira.
Embora o pedido de desculpas da NGN não tenha admitido atividades ilegais de jornalistas que trabalham para o The Sun, referindo-se apenas a investigadores particulares, o advogado de Harry disse que o acordo representava uma vingança para aqueles que já haviam feito um acordo.
Em sua declaração conjunta, Harry e Watson disseram que a NGN já pagou mais de 1 bilhão de libras.
O QUE É O ESCÂNDALO DE HACKEAMENTO TELEFÔNICO?
A invasão telefônica, a interceptação ilegal de mensagens de voz em celulares, ganhou atenção pública pela primeira vez em 2006, quando o então editor real do tabloide News of the World e um investigador particular foram presos.
Eles se declararam culpados e foram presos em 2007. Em 2011, novas revelações surgiram, incluindo a de que uma estudante assassinada havia sido o alvo, levando Murdoch a fechar o jornal.
O escândalo também levou a um inquérito público de alto nível sobre a ética da imprensa britânica e a um julgamento criminal, após o qual o ex-editor do News of the World, Andy Coulson, foi considerado culpado de conspiração para hackear telefones e preso em 2014.
Rebekah Brooks, ex-editora do News of the World e do The Sun, foi absolvida de todas as acusações e depois retornou ao império editorial de Murdoch. Atualmente, ela lidera a operação da News Corp no Reino Unido.
QUÃO SIGNIFICATIVO É O ACORDO?
A equipe jurídica de Harry comemorou o acordo como uma grande vitória, com a NGN admitindo atividade ilegal no The Sun pela primeira vez — algo que a editora tentou impedir repetidamente, mesmo quando resolveu ações judiciais "somente para o Sun" de Grant e Sienna Miller.
Mas para a NGN e os executivos seniores — incluindo Brooks, o presidente-executivo da News UK — evitar oito semanas de manchetes negativas e amplas evidências tornadas públicas em um julgamento também pode parecer uma vitória.
O juiz, Timothy Fancourt, reconheceu que o acordo torna altamente improvável que um julgamento de alegações de grampo telefônico e outras coletas ilegais de informações no The Sun e no News of the World ocorra.
A NGN, por sua vez, disse que o acordo de quarta-feira "traça um fim ao passado e põe fim a este litígio", acrescentando que aplicaria a rejeição de quaisquer novos casos que possam ser movidos.
No entanto, espera-se que os reclamantes voltem seu foco para pressionar os políticos e a polícia a revisitar o escândalo de grampos telefônicos à luz do pedido de desculpas de quarta-feira.
Falando fora do tribunal, Watson desafiou o primeiro-ministro Keir Starmer e o chefe da Polícia Metropolitana, Mark Rowley, dizendo que os reclamantes pretendem fornecer à polícia um "dossiê expondo irregularidades".
QUEM MAIS O PRÍNCIPE HARRY ESTÁ PROCESSANDO?
O caso NGN é um dos três principais processos judiciais (link) que Harry moveu contra organizações de mídia britânicas. Ele processou com sucesso (link) Mirror Group Newspapers, ganhando danos substanciais após um julgamento em 2023, e também está processando (link) o editor do Daily Mail e do Mail on Sunday, que deverá ir a julgamento (link) em 2026.
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