Por Ankur Banerjee e Johann M Cherian
CINGAPURA, 1 Jul (Reuters) - O dólar recuava ante seus pares nesta terça-feira, caindo mais frente ao iene, uma vez que o enorme projeto de lei de corte de impostos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fomentava preocupações fiscais, enquanto a incerteza em relação a acordos comerciais pesava sobre o sentimento.
Os investidores também começavam a apostar em um ritmo mais rápido de afrouxamento da política monetária pelo Federal Reserve neste ano, antes de uma série de dados econômicos dos EUA nesta semana, com destaque para o relatório de emprego de junho na quinta-feira.
Isso provocava a venda de dólares. O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,37%, a 96,402.
O dólar tinha queda de 0,82% em relação ao iene JPY=, a 142,83.
O euro EUR= era negociado a US$1,18215, em alta de 0,28% no dia. A moeda única subiu 13,8% no período de janeiro a junho, seu desempenho mais forte em um primeiro semestre, segundo dados da LSEG.
"Há muitos motivos para não gostar do dólar. Alguns são estruturais, como as políticas comerciais erráticas e os riscos fiscais", disse Moh Siong Sim, estrategista cambial do Bank of Singapore.
"Eles fizeram com que o dólar se enfraquecesse anteriormente, apesar de sua vantagem relativa de rendimento. Mas o risco de um Federal Reserve mais 'dovish' corroer a vantagem de rendimento do dólar é a mais recente fonte de fraqueza do dólar."
O Goldman Sachs agora espera que o Fed realize três cortes de 0,25 ponto percentual na taxa de juros neste ano, em comparação com sua previsão anterior de uma única redução em dezembro, citando efeitos tarifários e fraqueza do mercado de trabalho.
Os investidores também estão enfrentando incertezas em relação aos esforços do Senado dos EUA para aprovar o projeto de lei tributário de Trump, que enfrenta divisões internas do partido em relação ao acréscimo projetado de US$3,3 trilhões à dívida nacional.
A moeda de reserva mundial caiu mais de 10% neste ano, sua maior queda no primeiro semestre desde que a era das moedas de livre flutuação começou no início da década de 1970.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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