WASHINGTON, 27 Abr (Reuters) - Membros do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deram mensagens conflitantes neste domingo sobre se as negociações com a China sobre tarifas estão ocorrendo, como o líder republicano afirmou.
Na semana passada, o governo Trump sinalizou abertura para apaziguar a guerra comercial entre as duas economias, que gerou temores de recessão. Trump afirmou que as negociações com a China sobre tarifas estavam em andamento e que ele e o presidente chinês, Xi Jinping, conversaram.
No entanto, Pequim negou que quaisquer negociações comerciais estejam ocorrendo.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, um ator-chave nas negociações comerciais dos EUA com vários países, disse neste domingo que teve interações com seus pares chineses na semana passada durante as reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, mas não discutiu o impasse tarifário.
Em uma entrevista, a secretária da Agricultura, Brooke Rollins, disse que os EUA estavam mantendo conversas diárias com a China sobre tarifas.
"Todos os dias conversamos com a China, junto com outros 99, 100 países que se sentaram à mesa", disse Rollins em entrevista à CNN.
Questionado em um programa da ABC se os EUA e a China estavam conversando sobre tarifas, Bessent não respondeu à pergunta.
"Tive interação com meu par chinês, mas foi mais sobre assuntos tradicionais, como estabilidade financeira e alertas econômicos globais. Não sei se o presidente Trump conversou com o presidente Xi (Jinping)", disse ele.
Bessent, que disse na semana passada que as negociações tarifárias com Pequim seriam uma "tarefa árdua", não deu um cronograma para qualquer possível acordo com a China.
Ele disse que um acordo comercial pode levar meses, mas uma redução da tensão e um acordo em princípio podem ser alcançados mais cedo e evitar que as tarifas voltem ao nível máximo.
A implementação caótica e muitas vezes confusa de tarifas por Trump atingiu países que vão desde os maiores parceiros comerciais dos EUA, como Canadá, México e China. O resultado foi uma volatilidade de mercado quase sem precedentes e sérios danos à confiança de investidores nos ativos norte-americanos.
(Por Doina Chiacu e Ted Hesson)
((Tradução Redação Brasília))
REUTERS VB