Por P.J. Huffstutter
CHICAGO, 11 Mar (Reuters) - Os contratos futuros de soja negociados na bolsa de Chicago fecharam em queda nesta terça-feira, pela terceira sessão consecutiva, pressionados pela forte oferta sul-americana que atingiu o mercado global e pela incerteza sobre como as tarifas dos EUA afetarão a demanda doméstica, disseram os traders.
O milho caiu durante um pregão marcado por volatilidade, depois que o governo dos EUA deixou os estoques de milho do país inalterados em um relatório mensal de oferta e demanda -- apesar das fortes vendas de exportação e das tensões comerciais com o principal comprador, o México.
Os futuros do trigo terminaram em baixa depois que o Departamento de Agricultura dos EUA informou que os estoques domésticos e globais de trigo foram maiores do que as expectativas comerciais.
O trigo mais ativo da CBOT Wv1 fechou em queda de 5,75 centavos, a US$5,5675 o bushel. O milho Cv1 encerrou em baixa de 1,75 centavo, a US$ 4,7025 o bushel, enquanto a soja Sv1 perdeu 2,75 centavos, a US$10,11-1/4 por bushel.
A fraqueza no mercado de canola RSK5 pesou sobre os preços do óleo de soja, o que também pressionou os futuros da soja, disseram os traders.
Os comerciantes e agricultores estão de olho nas exportações, com as disputas tarifárias dos EUA com os principais compradores, México, Canadá e China, ameaçando as vendas de produtos agrícolas americanos. Eles disseram que o USDA provavelmente adiou as mudanças enquanto espera para ver se os EUA implementarão novas tarifas e como os parceiros comerciais reagirão.
O temor de que as tarifas dos EUA prejudiquem o crescimento econômico tem perturbado os mercados financeiros, enquanto os investidores em grãos estão cautelosos com a possibilidade de a China evitar totalmente a soja dos EUA em favor de uma safra brasileira abundante. MKTS/GLOB
Com a guerra tarifária entre os EUA e a China, "a questão é: onde vamos vender os grãos (dos EUA)? Ninguém sabe", disse Jack Scoville, vice-presidente do Price Futures Group em Chicago.
Com relação aos futuros do milho, alguns analistas ficaram perplexos com o fato de o USDA ter mantido inalterada a previsão de exportação de milho dos EUA, dado o ritmo atual das vendas.
"Entendo toda a conversa sobre comércio, tarifas e o desconhecido", disse Angie Setzer, sócia da Consus Ag. "Mas se tudo o que você pode fazer é prever os futuros com base nas tendências normais do mercado, como eles me disseram que fazem, não sei como eles podem racionalizar não fazer um ajuste neste momento."
A exportação de soja do Brasil deve alcançar 15,45 milhões de toneladas em março, aumento de mais de 4% na comparação com a previsão da semana anterior, o que deixou a estimativa perto de um recorde histórico mensal do setor de quatro anos atrás, de acordo com dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) divulgados nesta terça-feira.
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS