Por Julie Ingwersen
CHICAGO, 4 Mar (Reuters) - Os contratos futuros de milho dos EUA eram negociados nos níveis mais baixos em 2025 nesta terça-feira, enquanto os futuros de soja caíam abaixo de US$10 por bushel, devido às preocupações crescentes de que as políticas comerciais do presidente Donald Trump prejudicarão as exportações agrícolas dos EUA.
Trump impôs tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá e dobrou as tarifas sobre os produtos chineses para 20%. Ottawa respondeu com tarifas de 25% sobre mais de US$20 bilhões em importações dos EUA, enquanto Pequim disse que iria impor tarifas adicionais sobre produtos agrícolas a partir da próxima semana. Espera-se que o governo do México responda no domingo.
"As medidas retaliatórias estão começando a surgir desses parceiros comerciais, aumentando os temores de uma guerra comercial cada vez mais intensa que levará nossa economia e a economia global a uma recessão, reduzindo a demanda por commodities no processo", escreveu o economista-chefe de commodities da StoneX, Arlan Suderman, em nota a clientes.
Às 16h05 (horário de Brasília), os contratos futuros de maio do milho na CBOT CK25 caíam 5,25 centavos de dólar, a US$4,51 o bushel, depois de atingir US$4,42, o menor valor em um gráfico contínuo do contrato mais ativo Cv1 desde 20 de dezembro.
O contrato de soja para maio da CBOT SK25 caiu 14 centavos, para US$9,97 o bushel.
Os preços do milho recuaram cerca de 70 centavos de dólar por bushel, ou 14%, desde meados de fevereiro, uma vez que as tensões comerciais e a melhora das perspectivas das safras sul-americanas levaram fundos de commodities a começar a desfazer uma enorme posição líquida comprada em futuros de milho.
"Os fundos estavam fortemente posicionados na parte compradora, especialmente desde os relatórios do USDA de meados de janeiro. E com essas posições agora submersas, estamos vendo perdas no milho agravadas pela saída dos fundos dessas posições compradoras", disse Randy Mittelstaedt, analista da R.J. O'Brien.
Alguns traders e analistas disseram que os fluxos de exportação de curto prazo para a China podem não ser significativamente alterados, dado que o avanço da colheita de soja no Brasil deve absorver a maior parte da demanda chinesa nos próximos meses.
(Reportagem de Julie Ingwersen; reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris e Naveen Thukral em Cingapura)
((Tradução Redação São Paulo))
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