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Mercado errou: Scott Bessent, como secretário do Tesouro, ameaça economia dos EUA

Investing.com28 de nov de 2024 às 17:03

Investing.com – Os mercados financeiros demonstraram otimismo com a indicação de Scott Bessent como novo secretário do Tesouro dos EUA. Os principais índices, como o Dow Jones e o S&P 500, tiveram firme alta, sugerindo expectativas de continuidade na política econômica do país. Contudo, Benjamin Picton, analista sênior de macroeconomia do Rabobank, alerta que esse entusiasmo pode ser precipitado e ignora implicações mais profundas da nomeação.

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A reação inicial dos mercados reflete um otimismo raso, baseado no histórico de Bessent como veterano de Wall Street. Os investidores associaram sua nomeação à ideia de estabilidade econômica, o que impulsionou os índices.

Para Picton, essa visão otimista pode rapidamente ser substituída por preocupações, já que a trajetória de Bessent no setor financeiro não garante adesão às políticas econômicas tradicionais.

Scott Bessent: defensor de mudanças?

Picton acredita que Bessent pode adotar medidas inovadoras que desafiem a previsibilidade do mercado. Apesar de seu histórico em Wall Street, ele tende a apoiar políticas alinhadas às ideias protecionistas de Donald Trump. Entre essas iniciativas, destaca-se sua defesa pela expansão da produção de petróleo nos EUA e pela redução do déficit fiscal, medidas que podem conter a inflação, mas também provocar transformações estruturais no cenário econômico.

Outro ponto controverso é o apoio de Bessent à criação de um "presidente paralelo" para o Federal Reserve. Essa proposta ampliaria a influência do Executivo sobre decisões econômicas, reduzindo a autonomia do banco central. Segundo Picton:

"Embora Bessent tenha uma carreira de destaque em fundos macroeconômicos e experiência acadêmica em Yale, ele parece empenhado em promover uma 'reorganização econômica global'. Ele não rejeita tarifas comerciais e defende um 'presidente paralelo' para o Fed, o que daria ao Executivo maior controle sobre a política monetária, comprometendo a independência da instituição."

Riscos da acomodação: mercados podem ignorar sinais importantes

Os investidores que veem a nomeação de Bessent como um retorno à ortodoxia econômica podem estar desconsiderando evidências de mudanças profundas. Picton destaca que o cenário global está se movendo em direção a maior intervenção estatal, com o enfraquecimento da globalização e do livre comércio. Essa transição tende a reduzir a eficiência econômica e aumentar os custos de produção, comprometendo a estabilidade que sustentou os mercados globais nas últimas décadas.

Adaptação necessária: novas estratégias para novos desafios

Quais são as implicações para o futuro dos mercados financeiros? Se as políticas propostas por Bessent forem implementadas, incluindo maior protecionismo e alterações na governança econômica, os mercados podem enfrentar volatilidade crescente e incerteza prolongada. Investidores precisarão lidar com flutuações cambiais, mudanças abruptas nas taxas de juros e impactos negativos nas relações comerciais globais.

Picton enfatiza que essas mudanças exigem mais do que ajustes pontuais. Será necessário um reposicionamento estratégico, já que um modelo mercantilista, que prioriza metas estatais em detrimento da eficiência econômica e da estabilidade de preços, alterará profundamente o panorama dos investimentos.

Perigos de confiar no status quo

Embora a escolha de Bessent possa inicialmente parecer um sinal de continuidade, suas convicções indicam um possível afastamento das políticas econômicas tradicionais. Para os mercados, é crucial abandonar a complacência e se preparar para mudanças substanciais nas dinâmicas econômicas globais.

Os próximos meses serão decisivos. Investidores devem revisar suas estratégias e evitar confiar em uma falsa sensação de estabilidade, que pode trazer consequências econômicas negativas de longo prazo.

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