Arweave

Arweave foi criada por Sam Williams e William Jones, ambos doutorandos na University of Kent. Williams, com experiência em sistemas descentralizados e distribuídos e criador do sistema operacional HydrOS, e Jones, especializado em teoria dos grafos e redes neurais, iniciaram o projeto juntos. Williams decidiu abandonar seus estudos para se dedicar integralmente à Arweave, enquanto Jones se desvinculou do projeto em meados de 2018 para concluir seu doutorado. A ideia da Arweave surgiu quando Williams estava em uma caminhada na Escócia, sendo posteriormente refinada em colaboração com Jones. Após o lançamento da Arweave, Williams assumiu funções como conselheiro da Minespider, que utiliza blockchain para rastreamento de cadeias de suprimentos em indústrias de matéria-prima, e como mentor no programa de aceleração Techstars. Inicialmente com uma liderança centralizada, Arweave evoluiu para uma estrutura mais descentralizada com a criação de uma organização autônoma descentralizada (DAO) em janeiro de 2020, formada por membros chave da comunidade, visando fomentar o desenvolvimento e expansão da rede e de seu ecossistema.

Conforme descrito em seu yellowpaper, a Arweave tem como missão facilitar "a capacidade coletiva de armazenar e compartilhar informações entre indivíduos e, ao longo do tempo, para as novas gerações". Para alcançar esse objetivo, a Arweave desenvolveu a permaweb, uma estrutura baseada no "blockweave", uma adaptação da tecnologia blockchain. No blockweave, cada bloco está conectado não apenas ao bloco imediatamente anterior, mas também a um bloco anterior aleatório, incentivando os mineradores a manter um volume maior de dados, uma vez que o acesso a blocos antigos aleatórios é necessário para a adição de novos blocos e consequente recebimento de recompensas. Arweave está comprometida em construir um ecossistema sustentável em torno de sua rede. Em junho de 2020, a plataforma introduziu "tokens de participação de lucro", que permitem aos desenvolvedores receber dividendos das taxas de transações geradas pelos seus aplicativos. Além disso, a Arweave apoia a criação de aplicativos baseados na permaweb através de incubadoras e seu programa "Boost", que oferece armazenamento gratuito e acesso direto à equipe da Arweave e a investidores do setor. Em termos de financiamento, a Arweave angariou US$8.3 milhões em março de 2020, com investimentos de Andreessen Horowitz, Union Square Ventures e Coinbase Ventures. Esse investimento sucedeu outro realizado em novembro de 2019, que também contou com a participação da Andreessen Horowitz, Union Square Ventures e Multicoin Capital.

A Arweave opera em uma versão adaptada da tecnologia blockchain denominada "blockweave", que utiliza um algoritmo de consenso inovador chamado "proof-of-access" (PoA), uma variante do proof-of-work (PoW). No PoA, cada novo bloco está vinculado não apenas ao bloco imediatamente anterior, mas também a um bloco aleatório anterior. Os mineradores, portanto, não são obrigados a armazenar a totalidade do blockchain, mas são incentivados a manter mais dados para comprovar a capacidade de acessar os blocos antigos necessários para a mineração de novos blocos. O protocolo de mineração usado pela Arweave, conhecido como RandomX, passou por auditorias de segurança bem-sucedidas realizadas por quatro renomadas firmas de segurança cibernética — Trail of Bits, Kudelski Security, X41 D-Sec e QuarksLab — em agosto de 2019. Adicionalmente, a Arweave anunciou planos de transição para um novo algoritmo de mineração chamado SPoRA, previsto para início de 2021, que já foi auditado pelo NCC Group em dezembro de 2020.